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Rio de Janeiro – A pretexto de canonizar o primeiro santo brasileiro, o Papa chega amanhã para presidir uma reunião com o episcopado da América Latina e do Caribe, a região do planeta que conta com maior número de católicos nominativos, não exatamente de católicos praticantes.

Para colocar frei Galvão na galeria dos santos, ele não precisaria vir ao Brasil, poderia fazê-lo em Roma, onde geralmente é proclamada a santidade de alguém que passou pela vida fazendo o bem.

A mídia acredita que a vinda de Bento XVI seja uma estratégia para deter o crescimento de seitas evangélicas, que são numerosas e diversificadas, tendo como base uma visão do cristianismo que transfere para este mundo as promessas de salvação e libertação do povo de Deus.

Os diversos ramos evangélicos originários de uma nova interpretação dos textos bíblicos iniciada por Lutero, em tempos de púlpito eletrônico, continuam tendo milhões de adeptos, sobretudo em países socialmente subdesenvolvidos.

Estruturada há 2.000 anos numa base doutrinária, a Igreja Católica considera-se depositária dos ensinamentos que marcaram a civilização ocidental. Cultiva uma visão transcendental do ser humano, destinado à vida espiritual no projeto de um Deus único.

Ela não despreza o lado carismático de sua missão, mas não o explora como panacéia para os males sociais e individuais da condição humana. É criticada por isso e perdeu milhares de cristãos que procuram consolação ou cura para problemas que vão do desemprego ao vício das drogas, das doenças às desavenças profissionais ou familiares.

Reunindo-se com os bispos da região mais pobre do ocidente, o Papa não está interessado em aumentar o número de fiéis, mas a qualidade realmente cristã dos católicos.

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