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Outro dia, comentei em crônica neste mesmo espaço que a sucessão presidencial deste ano estava chocha e ameaçava ficar mais chocha ainda.

Levando em conta a existência de apenas dois candidatos para a briga final, Serra e Dilma, nota-se que os dois dificilmente empolgarão o eleitorado, por um motivo simples: o único político na atualidade que realmente conta em termos de popularidade é o atual presidente da República.

Apesar de seus muitos tropeços, de sua intemperança na linguagem (a última foi relativa à greve de fome dos dissidentes cubanos), apesar das bravatas que acompanham invariavelmente os seus pronunciamentos públicos, o fato é que a sua aceitação pelo povo é incontestável, nem mesmo pode ser acusada de forjada pela propaganda oficial.

É uma ligação quase visceral, de tripa, entre o eleitorado e Lula, faça ele o que fizer. É evidente que ele tentará emplacar a sua candidata, beneficiada desde já pela exposição oficial de seu cargo e de sua presença ao lado do presidente em todos os palanques armados pela administração pública, mas que já podem ser considerados eleitorais.

Não se trata de discutir os méritos de Serra e de Dilma. No governo, eles terão a sombra poderosa de Lula a todo instante. Tudo o que Dilma vier a fazer, de bom ou de mau, terá a marca, consagradora ou não, da influência e do prestígio popular de Lula.

A Serra não restará senão a alternativa da oposição, o que criará uma situação absurda: ele terá de se marcar como um fato novo, anulando ou diluindo a presença de seu antecessor na condução da vida política e administrativa da nação.

A sombra de Lula, nos dois casos, continuará a ser a dominante, referencial de governo ou de oposição conforme o vencedor na eleição deste ano.

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