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Muita gente ficou com as manifestações populares a favor do governador Arruda, em Brasília. Num primeiro exame do fenômeno, a tradição explica que são forças comprometidas com o próprio Arruda, gente que é mobilizada, à custa de dinheiro ou de favores, para ocupar as ruas e tentar neutralizar a maré contrária.

É evidente que não se descarta essa possibilidade, a máquina do governo distrital incentivando um apoio ao governador em apuros. Mas muitos dos manifestantes não estão alugados, foram para as ruas a fim de expressar um apoio por alguma coisa que Arruda fez de bom.

É nesse ponto, exatamente, que reside a excelência do regime democrático: os pontos de vista contrários numa sociedade que é heterogênea por definição. Nem as manifestações contrárias ou favoráveis ao governador somente deverão ser pesadas e medidas na fase dos finalmentes, que pertence à polícia e à Justiça, no caso, os Tribunais Superiores.

Reconheça-se que a situação de Arruda e do vice, Paulo Octá­vio, não é confortável. O julgamento das ruas é peça importante, mas não determinante. O clamor popular pode ser manipulado, e não é unânime – como se viu na última terça-feira. No saco de desditas do governador, a plebe rude destacou pontos positivos. E, se isso não anula as muitas provas de sua prevaricação, pelo menos emite um sinal de esperança que talvez não dê para evitar o pior.

Venho insistindo num ponto que torna a democracia representativa vulnerável a diversos tipos de corrupção. O voto custa caro, cada vez mais caro, e facilmente é superfaturado. Nesse nó se situam os mensalões e toda espécie de corrupção eleitoral que degrada a nossa vida pública e desmoraliza a classe política.

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