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Rio de Janeiro – Foi estimulante para a nação a cerimônia de posse do novo ministro da Defesa. O astral da pátria andava por baixo com a sucessão de problemas e tragédias. Em aparição anterior, Lula declarou pateticamente que estava com o coração sangrando, desobedecendo ao conselho de sua ministra do Turismo que sugeria relaxamento e gozo a todos nós.

O alto escalão do governo decidiu acabar com as agruras aéreas e, embora o presidente já tivesse marcado dia e hora para resolver o problema, o tempo foi passando e tudo piorando até o desastre com o Airbus da TAM e seus quase 200 mortos. Alguma coisa precisava ser feita para distender a fossa nacional e nada melhor do que a cúpula do governo reunida para dar posse ao novo ministro e agradecer os serviços do antigo.

Todos estavam risonhos, Lula provou mais uma vez ser o brasileiro comum que entre outras coisas tem medo de avião e citou a mulher do novo titular da Defesa que o ajudou na substituição do Waldir Pires. Como nas rubricas dos discursos parlamentares, houve risos entre parênteses (risos).

No fundo, uma técnica vinda dos circos que são mais antigos do que os desastres de avião. Quando os trapezistas se esborracham no chão e a platéia se levanta horrorizada, o dono do circo, de casaca, cartola e botas, brandindo o chicote do poder entra no picadeiro e ordena que a banda toque uma polca para animar o respeitável público (público de circo é sempre respeitável). Entram em cena também os cinco ou seis palhaços e anões da companhia, dando cambalhotas e chutando-se mutuamente.

Nada melhor para distender os ânimos, esquecer os trapezistas esborrachados no chão. Uma tradição circense que em boa hora o governo adotou para relaxamento geral.

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