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Uma das gafes mais famosas do presidente Figueiredo foi quando lhe perguntaram o que faria se ganhasse salário mínimo e tivesse um filho doente. "Daria um tiro no coco", respondeu o general. Cabe lembrar que ainda era um tempo mais civilizado, em que era possível a alguém que não fosse general ter uma arma de fogo.

Aparentemente, nossos governantes atuais tomaram para si a terapia proposta por seu antecessor. Uma farta sucessão de leis antinaturais – da legalização do aborto por uma canetada à proibição de dar uma palmada nos filhos – vem sendo conjuminada a toda a já fartíssima logorreia que vaza malcheirosa de Brasília a cada dia "útil" (pois graças a Deus só trabalham de 3.ª a 5.ª!).

Esquecem-se os construtores dessa estranha utopia, em que se pode matar as crianças no ventre da mãe mas não se pode se lhes dar pampam no popô, que quando as leis vão contra a natureza não é esta que sofre, e sim aquelas. Não há lei capaz de acabar com a família. Não adianta acabarem com as festas de Dia das Mães e Dia dos Pais, substituindo-as por "Dia do Cuidador" (seria a festa anual da babá?!). Todos temos mãe e pai. Uma festa do "cuidador" é algo tão desimportante quanto o Dia do Índio, ou qualquer outra dessas datas pseudo-patrióticas que só servem para os pais acharem lindos os filhotinhos comemorativamente fantasiados pelas professoras. Quem perde importância é a escola, não o pai ou a mãe.

A família, repito, é indestrutível. Hitler tentou acabar com ela. Stalin tentou acabar com ela. Os espartanos tentaram, muito antes, acabar com ela. O resultado foi sempre o mesmo: ela sobreviveu, por ser uma instituição de direito natural – com pai, mãe e palmadas. Nem Satanás em pessoa conseguiria acabar com a família.

Mas esse crescente divórcio entre leis doidas e a persistente realidade faz com que toda lei perca força. Cada lei absurda, cada lei iníqua, é um atentado contra a própria noção de lei, um passo a mais no caminho da anomia em que já estamos tão adiantados.

A luta contra as leis iníquas e antinaturais, na verdade, não é uma luta a favor da família, no senso mais estrito, e sim uma luta a favor da ordem social e do Estado contra a anomia que as leis delirantes estabelecem e fortalecem a cada momento. Liberar o consumo de crack, o "casamento gay" e o aborto, enquanto se proíbe a prisão de bandidos "de menor" e a palmadinha num filho pirracento, é dar um tiro no coco do próprio Estado, por fazer com que a lei humana pregue o contrário do que mandam o bom senso e a lei natural.

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