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A palavra de Deus que nos acompanhará durante o Advento, nos próximos Domingos, nos ensina que Jesus não veio somente uma vez. Ele continua vindo. Vem e está presente nos acontecimentos alegres e tristes da nossa vida: vem e está presente em tudo o que acontece no mundo e na Igreja; vem e está presente naqueles que difundem ideias novas, que anunciam palavras de amor, de paz, de reconciliação, naqueles que se esforçam para construir um mundo novo.

Jesus vem, continua vindo; mas estamos nós prontos para reconhecê-lo? Sabemos descobrir sua presença em qualquer acontecimento da vida? Não sentimos frequentemente medo que sua mensagem nos perturbe que exija uma transformação demasiadamente radical de nossos hábitos? Não preferimos muitas vezes fechar nossos olhos e ouvidos? Há tanta necessidade que Jesus venha! Aonde? Um homem se deixa dominar pela bebida e começa a falar besteiras, ofende, torna-se violento com os amigos; volta em seguida para casa, bate na mulher e nos filhos. Pois bem, poderia alguém dizer que Jesus chegou ao coração dessa pessoa? Ou então, tememos o caso de um jovem que não estuda,  que repete dois ou três anos em seguidos, não trabalha e nas festas abusa das moças.

Neste jovem está presente Jesus ou é preciso fazer alguma coisa para preparar a sua vinda? E numa comunidade cristã, cujos membros são invejosos e estão desunidos, falando mal uns dos outros, não se ajudando reciprocamente... Já chegou Jesus? E uma nação onde os cidadãos se matam, onde há guerras, violências, ódios, rancores, vinganças... já chegou Jesus? Não! Ainda não chegou e, enquanto não forem removidos os obstáculos que impedem sua chegada, Ele não poderá vir. Deverão antes ser derrubadas as barreiras e aterrados os vales que dividem os homens, porque tudo aquilo que separa os homens afasta também de Cristo.

As leituras do Advento nos convidam para a vigilância, para manter nossos olhos bem abertos para poder descobrir e preparar os caminhos que Jesus escolheu para libertar-nos de todos os males nos quais buscamos a felicidade, mas que, em verdade causam somente muitos sofrimentos. Como todos os anos, o espírito do Advento é marcado pelo tema do encontro com o Salvador, que veio inaugurar a perspectiva final de nossa História. Celebramos a esperança de sua primeira vinda, até despontar a sua presença, na gravidez de Maria, cheia de graça. Nesta meditação, a liturgia evoca a renovação da História pela obra de Deus, citando os novos nomes que receberá Jerusalém e a grandeza que se realizará na pequena cidade de Belém. O Advento deste ano revela concretamente em que consiste, para cada classe social, a conversão ao Senhor que vem.

Dom Moacyr José Vitti CSS arcebispo metropolitano

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