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Neste último domingo de agosto, mês vocacional, celebramos o Dia da Vocação dos cristãos-leigos e leigas na Igreja Católica. Pelo nome de cristãos-leigos e leigas, entendemos todos os cristãos que pelo Batismo foram incorporados a Cristo, constituídos no povo de Deus e a seu modo feitos partícipes do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, pelo que exercem sua parte na missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo. A índole secular caracteriza especialmente os cristãos-leigos e leigas. É específico deles, por sua própria vocação, procurar o Reino de Deus, exercendo funções temporais e ordenando-as segundo Deus. Vivem no século, isto é, em todos e em cada um dos ofícios e trabalhos no mundo. Vivem nas condições ordinárias da vida familiar e social, pelas quais sua existência é como que tecida. Lá são chamados por Deus para que, exercendo seu próprio ofício guiados pelo espírito evangélico, a modo de fermento, de dentro, contribuam para a santificação do mundo. E, assim, manifestem Cristo aos outros, especialmente pelo testemunho de sua vida resplandecente em fé, esperança e caridade. A eles, portanto, cabe de maneira especial iluminar e ordenar de tal modo todas as coisas temporais, às quais estão intimamente unidos, que elas continuamente se façam e cresçam segundo Cristo, para louvor do Criador e Redentor. O apostolado dos cristãos-leigos e leigas é participação na própria missão salvífica da Igreja.

A este apostolado todos são destinados pelo próprio Senhor através do batismo e da confirmação. Eles e elas são chamados especialmente para tornarem a Igreja presente e operosa naqueles lugares e circunstâncias, onde apenas através deles ela pode chegar como sal da terra. Além deste apostolado, os cristãos-leigos e leigas, podem ser chamados, de diversos modos, a uma cooperação mais imediata com o apostolado dos Bispos, Sacerdotes e Religiosos. A todos eles, incumbe a responsabilidade de trabalhar para que o plano divino de salvação atinja sempre mais a todos os homens de todos os tempos e lugares da terra. Entre os cristãos-leigos e leigas engajados na missão da Igreja, encontramos os catequistas. São dignos de louvor essas mulheres e homens que, imbuídos do espírito apostólico com ingentes esforços, trazem singular e indispensável auxílio à expansão da fé e da Igreja. A missão dos catequistas assume máxima importância em nossos dias diante da tarefa de evangelizar tantas multidões. Eles dedicam-se de modo específico ao serviço da Palavra, tornando-se porta-vozes da experiência cristã de toda a comunidade.

"O catequista é, e de certo modo, o intérprete da Igreja junto aos catequizandos. Ele lê e ensina a ler os sinais da fé, entre os quais o principal é a própria Igreja" (DCG 35). Desenvolve um verdadeiro ministério, um serviço à comunidade cristã, sustentado por um especial carisma do Espírito de Deus. É tarefa dos catequistas apresentar os meios para ser cristão e mostrar a alegria de viver o Evangelho. Catequizar é comunicar. Os catequistas comunicam mediante o testemunho, a palavra e o culto. A comunicação autenticamente evangélica supõe uma experiência de vida na fé e de fé capaz de chegar ao coração daquele a quem catequiza. Quando catequizam, eles o fazem em nome de Deus e da comunidade profética, em comunhão com os pastores da Igreja. Anunciam a Palavra, denunciam o que impede o homem de ser ele mesmo e de viver sua vocação de filho de Deus. Ajudam a comunidade a interpretar criticamente os acontecimentos, proporcionando-lhes a reflexão e explicitação da fé. Por tudo isso os catequistas gozam de um grande amor dentro da igreja. A todos, a elas e a eles, manifesto o meu profundo agradecimento por essa maravilhosa missão que desempenham em nossa Arquidiocese.

Dom Moacyr José Vitti é arcebispo metropolitano.

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