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São Pedro: Simão era um pescador de Betsaida, que mais tarde se estabeleceu em Cafarnaum. Seu irmão André o introduz entre os que seguem Jesus; mas Simão havia sido certamente preparado para este encontro por João Batista. O Cristo lhe muda o nome e o chama "Pedra", para realizar em sua pessoa o tema da pedra fundamental.

Simão Pedro é uma das testemunhas que vê o sepulcro vazio e merece uma especial aparição de Jesus Ressuscitado. Depois da As­­censão, ele toma a direção da co­­munidade cristã, enuncia o esquema da boa-nova e é o primeiro a tomar consciência da necessidade de abrir a Igreja aos pagãos. Essa missão espiritual não o livra da condição humana nem das deficiências do seu temperamento.

Paulo não hesita em contradizê-lo na famosa discussão de An­­tió­quia para convidá-lo a libertar-se das práticas judaicas. Parece, de fato, que neste ponto Pedro tenha tardado a abrir-se e tendesse a considerar os cristãos de origem pagã como uma comunidade inferior à dos cristãos de origem judaica.

Quando Pedro vai a Roma torna-se o Apóstolo de todos. Cumpre, então plenamente, sua missão de "pedra angular", reunindo num só "edifício" os judeus e os pagãos e ratifica esta missão com seu sangue.

São Paulo: depois de sua conversão na estrada de Damasco, Paulo percorre em quatro ou cinco viagens, o Mediterrâneo. Faz a primeira viagem em companhia de Barnabé; partem de Antióquia, param na ilha de Chipre e depois percorrem a atual Turquia.

Após o Concílio dos Apóstolos em Jerusalém, Paulo inicia uma segunda viagem, desta vez expressamente como "convidado dos doze". Atravessa novamente a Turquia, evangeliza a Frígia e a Galácia, onde adoece. Passa à Europa com Lucas e funda a comunidade de Filipos (Grécia Setentrional). Depois de um período de prisão, evangeliza a Grécia; em Atenas sua missão encontra nos filósofos um obstáculo; em Corinto funda uma comunidade que lhe dá mais trabalho. Em seguida volta à Antióquia.

Uma terceira viagem o leva às Igrejas fundadas na atual Turquia, especialmente à Efeso, depois à Grécia e a Corinto. De passagem em Mileto, anuncia aos anciãos sua próxima provação. De fato, pouco depois de sua volta a Jerusalém é preso pelos hebreus e posto no cárcere. Sendo cidadão romano, Paulo apela para Roma.

Empreende assim uma quarta viagem, esta a Roma, mas não mais em estado de liberdade. Chega a Roma no ano 60 ou 61; é mantido na prisão até cerca do ano 63; no entanto, aproveitando de algumas facilidades que lhe são proporcionadas, entra em frequente contato com os cristãos da cidade e escreve as "cartas do cativeiro"

Libertado no ano 63, faz, provavelmente, uma última viagem à Espanha ou às comunidades dirigidas por Timóteo e Tito, às quais escreve cartas que deixam transparecer seu fim próximo. De novo preso e encarcerado, Paulo sofre o martírio acerca do ano 67.

Pedro e Paulo: dois nomes que ao longo dos séculos personificaram a Igreja inteira, em sua ininterrupta Tradição. Aos dois primeiros mestres da fé chegou-se mesmo a "confessar" os pecados no Confiteor, reconhecendo neles a Igreja histórica. Para os orientais, os dois "irmãos" também significam todo o colégio apostólico, como pedras fundamentais da fé.

Ainda hoje o Papa invoca a autoridade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo quando, em seus atos oficiais, quer referir a Tradição à sua fonte: a palavra de Deus. Só pela escuta desta palavra no Espírito, pode a Igreja se "tornar perfeita" no amor em união com o Papa, os bispos e toda a ordem sacerdotal.

Dom Moacyr José Vitti CSS, arcebispo metropolitano de Curitiba.

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