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Meus irmãos e minhas irmãs. Reflitamos sobre o que nos fala a palavra de Deus neste domingo. Jesus vivia num tempo de apocaliptismo. Esperava-se uma intervenção de Deus, talvez por meio do Messias, para substituir esse mundo ruim por "um novo mundo muito melhor". Qualquer acontecimento um tanto fora do comum era interpretado como sinal de que "estava para acontecer". É como quem está no ponto de ônibus: em qualquer veículo maior aparecendo na curva pensa reconhecer "seu ônibus". As pessoas dificilmente suportam as incertezas quanto ao futuro.

O ser humano precisa de uma referência estável. Jesus no-la oferece. Depois de ter evocado as imagens que seus contemporâneos usam a respeito do fim do mundo, Ele afirma: "Minha palavra não passará". Em meio a tudo o que pode caducar, sua palavra está firme, como baliza e ponto de referência em nossa vida e em nossa história, enquanto as grandezas históricas esvaecem como a neblina diante do sol. Depois dos sonhos do progresso ilimitado, o mundo toma consciência de que talvez esteja cavando seu próprio túmulo. O progresso traz desmatamento, desertificação, poluição embiental.

Nos países ricos faltam nascimentos; nos pobres, comida para os que nascem. Mas, em vez de reagir com responsabilidade, impondo-se os devidos limites, muitos respondem com irresponsabilidade. "Aproveitemos, pois amanhã tudo acaba". Esse é o lado apocalíptico da sociedade de consumo. A sociedade assiste, como que de camarote, à própria destruição. No meio disso, a palavra de Jesus é referência firme. É palavra de amor e fidelidade até o fim. Por causa disso, nunca passa. Supera o fim do mundo. É amor sem fim. Assim que passe tevê, internet, programas espaciais... o amor fraterno nunca sai da moda. Ainda que não possa pagar mais gasolina do meu carro particular, nunca serei dispensado de visitar meus irmãos necessitados.

O que Jesus ensinou e mostrou sempre terá sentido. É a aplicação mais segura que existe. Se aplico minha vida nesse sentido, posso dormir tranqüilo. O que Jesus ensina não é roído pela inflação. Costumamos imaginar o definitivo e o eterno como vida depois da morte, ressurreição futura. Mas, na realidade, nossa ressurreição já começou na medida em que nossa vida está unida à de Cristo, que ressuscitou. A vida que dura não é a das células do corpo, mas a da comunhão com Deus. A ressurreição de Jesus é a amostra segura dessa vida: quem segue Jesus, já está encaminhado para esta vida que não tem limite, por ser a vida de Deus mesmo. Jesus não perde a validade. Observando sua palavra e vivendo sua prática de vida, já estamos vivendo a vida sem fim que se manifestou na ressurreição de Jesus.

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