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A Campanha da Fraternidade sobre a Amazônia quer despertar cada cristão para a urgência missionária neste chão tão precioso para toda a humanidade. "Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura" (Mc 16,15). Este é o pedido que Jesus faz às primeiras comunidades e a nós hoje. Evangelizar e ser evangelizado é um direito a ser vivido com alegria. Evangelizar, portanto, é anunciar uma boa notícia. O próprio Jesus definiu evangelizar como uma Boa Notícia aos pobres. É uma notícia que não se transmite com conceitos e idéias, mas a partir da experiência com a própria Palavra. O evangelizador é porta-voz da Boa Notícia, na medida em que ele se deixa evangelizar pela experiência do próprio Jesus. O apóstolo Paulo alertava as comunidades que anunciar a Boa Notícia não era, para ele, motivo de glória, mas uma necessidade. "Anunciar o Evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade que se impõe. Aí de mim se eu não anunciar o Evangelho" (1Cor 9,16). Evangelizar é missão da Igreja e de todo o batizado; é graça de Deus dada a todos nós. Afirmam as diretrizes gerais da ação evangelizadora da CNBB que "Evangelizar é constante tarefa da Igreja e que o anúncio do Evangelho é uma dívida que a Igreja tem para com o Povo de Deus". Todo cristão batizado, homem ou mulher de boa vontade, é convidado a essa missão e tem o direito de receber da Igreja o preparo necessário para ter a alegria de se sentir capaz, competente, eficiente instrumento do Evangelho.

Evangelizar é descobrir e valorizar todos os sinais de vida presentes na cultura de cada povo, lembrando que Deus é o Pai e Criador de todos. Evangelizar é anunciar a presença do Reino dos Céus, mesmo que só como semente, como tesouro escondido, como fermento misturado em nossa realidade, como trigo mesclado com o joio. O Evangelho do Reino é Boa Notícia que deve ser levada a todas as nações da terra. Ninguém precisa deixar de ser amazônida para ser testemunha do Evangelho do Reino da vida. Pelo contrário, a uma sociedade dominada pelo mercado e pelo lucro, marcada pelo consumismo e pela sede de riquezas, pela secularização e pelo individualismo, a Amazônia pode, hoje, anunciar o Evangelho da sacralidade primordial da vida da natureza, das pessoas e de todos os seres vivos; o Evangelho do cuidado amoroso com toda a vida que nos circunda; o Evangelho da austeridade e da simplicidade; o Evangelho vivido comunitária e solidariamente. Não é justo desprezar os valores e as culturas das populações amazônicas considerando-as atrasadas e primitivas ou selvagens que devam ser civilizadas.

Da mesma forma, é humilhante pretender salvar essas culturas, transformando-as em meros objetos de estudos antropológicos a serem conservados numa espécie de redoma de vidro; pior ainda quando se reduz as manifestações dessas culturas a um folclore exótico, objeto de documentários a serem exibidos nas salas cinematográficas. A história da Amazônia é fecundada pelo sangue de muitos mártires, que dão testemunho de como eles procuraram em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça e foram capazes de perder sua vida por causa desse Evangelho. São testemunhas de amor e coragem que podem inspirar ações semelhantes em muitos outros lugares. Há muitas formas de dar a vida: alguns a dão pelo martírio na morte, outros a dão pelo trabalho constante, pelo esforço de promover o melhor, pela promoção de transformações educativas na sociedade. Respondendo a esse apelo missionário na Amazônia, dois de nossos padres da Arquidiocese, Pe. Tadeu Camilo e Pe. Manoel Messias Vilela, estão servindo à Diocese de São Félix do Araguaia. Participando com eles desta missão, rezemos e manifestemos todo o nosso apoio.

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