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Chegamos a mais uma eleição, hora de escolher nossos representantes. Mas será que estamos preparados para eleger os melhores candidatos e candidatas? Estamos no dia-a-dia preocupados com emprego, assistência médica, educação adequada, segurança, qualidade de vida, combate à corrupção. Mas estaremos encarando tudo isto com o grau de responsabilidade necessário? Será que entendemos que o voto não faz milagres. Precisamos nos organizar! Há pessoas que votam no candidato que o vizinho indicou; escolhem o candidato mais bonito ou mais bem falante; reelegem o político corrupto.

Tem gente que vota até porque ganhou camiseta, bicicleta, dentadura, um prato de comida, um litro de leite, vota influenciado por pesquisas. Voto consciente é conhecer, analisar e trabalhar a sua realidade eleitoral, buscando candidatos cuja vida seja coerente com o que pregam. Conhecer o processo eleitoral é entender o que é verticalização, o que são partidos de aluguel, o que diz a Lei 9.840/99, o que compete a cada cargo eletivo.

O primeiro critério para votar em um candidato é conhecer sua posição em relação à defesa da vida e à dignidade da pessoa humana: sua ação política não pode confrontar com os princípios morais preconizados pela Igreja, pois são exigências fundamentais e irrenunciáveis para um cristão. Estas exigências são: dever de respeitar e proteger o embrião humano; posição definida contra o aborto, fundada no sacramento do matrimônio; respeito aos direitos das pessoas (com deficiência, crianças, adolescentes, aposentados, idosos); libertação das vítimas da escravidão moderna (droga, exploração sexual e do trabalho); honestidade pessoal; competência administrativa voltada aos interesses da comunidade; capacidade de honrar seus compromissos sempre em estreita ligação com as necessidades do povo; rever o modelo econômico; ampliar as oportunidades de trabalho; proteger o meio ambiente; apoio aos movimentos sociais e organizações populares; verificar o partido e a coligação a que pertence.

Não vote em candidato despreparado cujas plataformas escondem interesses particulares; que pratica corrupção eleitoral, comprando e vendendo votos; sustentado por campanhas financeiras vultosas; que não tem propostas claras de forte comprometimento com a erradicação da pobreza e miséria; que apóia práticas assistencialistas que visam exclusivamente a propaganda eleitoral e pouco contribuem para a solução da imensa exclusão social; usa a religião sã para conseguir o nosso voto; não apresenta coerência entre suas propostas atuais e as práticas anteriores.

Use do seu direito e dever de votar, mas não esqueça que o processo democrático é muito maior que o ato de votar. Passada a eleição é que começa o mais profundo exercício da democracia. Por isso, procure formar um grupo permanente para acompanhar o mandato e cobrar dos políticos que mereceram o seu voto o cumprimento das promessas e a postura na defesa do bem comum. Só assim poderemos aperfeiçoar os destinos de nossa Pátria.

Dom Moacyr José Vitti, é arcebispo Metropolitano

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