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O ambientalismo brasileiro está exultando com os 19.636.359 votos de Marina Silva, mas é só porque não prestamos atenção. Os quase 20% de "votos verdes" obtidos implicariam que uma de cada cinco pessoas que você conheça colocasse o ambiente à frente de justiça social (Dilma) e saúde (Serra).

Os locais onde ela teve mais votos mostram a tendência real. Brasília não elegeu um único deputado do PV. Na cidade de Florianópolis, onde ela fez um honroso segundo lugar, também o PV não fez deputado federal ou estadual. O candidato a deputado do PV mais votado em Floria­­nópolis conseguiu míseros 982 votos entre quase 315 mil. Somados a mais outros gatos pingados, os candidatos do PV fizeram algo como 1% dos votos. Esse é o tamanho da onda verde.

Os eleitores de Florianópolis e Brasília podem não ser ambientalistas, mas prestam mais atenção que a média. Votaram contra a pirataria (Dilma) e a privataria (Serra) porque leem mais e têm mais memória.

A ex-candidata é muito lúcida de repetir que os votos não são seus. Os votos de Barbalho, Roriz, Maluf e Curi têm dono porque são votos da troca de favores e do interesse individual. Voto de protesto não tem dono. Ou talvez seria então a onda verde a eleição dos candidatos vegetais como Tiririca?

A única onda verde desta eleição foi o tsunami dos mares de soja do Centro-Sul para a banda de Serra. Verdadeira ingratidão com o PT que disponibilizou até um comunista de estimação (Aldo Rebelo) para destruir o código florestal e tentar atrair o voto dos fazendeiros.

O mesmo Aldo Rebelo antes da eleição foi ao Pontal do Para­­napanema cavar uns votinhos dizendo para os pequenos agricultores soltarem o gado nas Reservas Legais. Se o nobre deputado prestasse atenção, se perguntaria porque a Reserva está verde e o capim tão seco e talvez sugerisse um dos muitos métodos agrícolas adaptados àquela realidade. Onda verde é deputado federal incitando proprietário rural a cometer crime ambiental?

Cito o professor FHC (não o presidente !). Não somos conservadores, somos atrasados mesmo. Somos pouco educados e não prestamos atenção.

E lembrando FHC, que perdeu a eleição para prefeito de São Paulo em 1985 porque gaguejou sobre a existência de Deus. Político que não acredita em Deus nasceu morto. Os ateus são muito mais compreensivos com a necessidade de acreditar em Deus dos religiosos do que os religiosos são com as provas cabais da inexistência Dele.

O ambientalismo de Marina é 19.636.359 vezes menos importante que sua religião e sua posição clara e histórica contra o aborto. Aos candidatos à Presidência, visivelmente estafados, recomendo que não briguem pelos votos verdes – eles não existem.

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