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| Foto: Henri Snijders/Free Images

Felicidade, como qualquer sentimento, não constitui um estado permanente. A cultura costumava ensinar que, se você elege a felicidade como um objetivo de vida -- uma vez que ela, quando alcançada, não demora a passar --, precisará o tempo todo buscar formas de obter prazer, com doses cada vez mais altas de estímulo, para continuar satisfeito; e, mesmo assim, essa busca incessante de autossatisfação esgota-se tão logo lograda, não preenche a vida de sentido, e então resta, na melhor das hipóteses (a pior é a tragédia), o vazio – com o qual, cedo ou tarde, os hedonistas terão de se deparar. Mas engana-se o leitor que imagina que estou a falar apenas de sexo, drogas e rock and roll. Há formas mais sutis de viver em função do prazer, como fugir de tudo o que representa dificuldade e sofrimento. Desse modo, a “felicidade” tornou-se um produto muito cobiçado na era pós-moderna, com alto valor de mercado: livros de autoajuda, academias, cosméticos, remédios antidepressivos. Isso sem falar daquela espiritualidade de botequim, do sujeito que acha que Deus está a serviço dele, e não o contrário. A visão pragmática com que nossos antepassados encaravam a vida praticamente sumiu da cultura de hoje, porque “o importante é ser feliz” segundo aqueles que se anestesiaram para a realidade. João Pereira Coutinho comenta o filme “Manchester à Beira-Mar”, que trata da história de um sujeito que tem de conviver com a culpa interior, esse pesar tão tipicamente humano, e que só os tolos dizem que você deve ignorar por completo.

Sobre o outro lado da moeda: a tristeza

É claro que pessoas normais não gostam de sofrer e só os psicopatas são incapazes de se comover com o sofrimento alheio. Mas, hoje em dia, o binômio felicidade-sofrimento é supervalorizado, como se fosse o motor da sociedade. É também um dever de caridade chamar a atenção daqueles que buscam a autossatisfação a todo o custo para o seu desperdício de vida e para o fato de que, quando se esgota a euforia, normalmente vem a tristeza à reboque – e isso tornou-se um problema social de grandes proporções. Não à toa, um em cada dez americanos toma antidepressivos. É claro que há muitas pessoas que necessitam desse auxílio farmacológico, mas é inegável que há muita gente que confunde estar deprimida com ser depressiva. O irreverente e politicamente incorreto Paul Joseph Watson dá, aos adeptos do mimimi, um tratamento de choque. (vídeo em inglês)

Determinismo e liberdade de escolha

Por maior que seja a pressão exercida pelas circunstâncias, as ações humanas sempre têm um componente, em maior ou menor grau, de escolha. A dificuldade não anula a responsabilidade. Se não temos poder sobre o mundo, sobre o ambiente, sobre os outros, sobre o tempo histórico, sobre a genética, ao menos temos poder sobre a nossa consciência. Negar isso é negar a inteligência humana. Porém, os adeptos do determinismo não entendem dessa forma e tratam as ações dos indivíduos não como escolhas, mas como consequências incontornáveis. Flávio Morgenstern mostra que essa forma e pensar é aproveitada tanto para explicar o comportamento de criminosos, como para justificar o “empoderamento das minorias”.

Fernando Holiday

Fernando Holiday não se rendeu aos olhares tortos por ele ser negro e gay, nem ficou chorando pelos infortúnios da pobreza em que viveu. Não caiu na armadilha sedutora do vitimismo, e foi assim mesmo que salvaguardou sua liberdade. Nesta entrevista para Eliane de Castro, o jovem vereador fala sobre as amarras da rotulação.

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