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Uma conversa com inventores na semana motivou algumas reflexões bastante análogas àquelas que ocorrem dentro das empresas. Inventores brasileiros sim, com trabalhos reconhecidos internacionalmente, porém nem sei se ricos materialmente, mas pessoas riquíssimas como exemplo e vida.

As empresas beneficiam-se de histórias interessantes sobre certos percursos de vida das pessoas, sobretudo de pessoas excepcionais que fizeram, de idéias, projetos com reconhecimento público de relevância, levando bem-estar ou muitas outras atribuições para um sem-número de cidadãos.

O que os caracteriza, em primeiro lugar, é aquela simplicidade de ser, típica de quem é, e não precisa mostrar ou "querer ser". Ser simples não implica ter receio de assumir competências e essa parece ser uma dificuldade da cultura brasileira. Porque não podemos assumir competências e fragilidades mantendo a harmonia e a humildade? Não faria parte do autoconhecimento?

Em seguida, vêm inúmeras habilidades ou competências que os diferenciam daqueles que pensam, mas não conseguem realizar. "Alimentar muitos sonhos mantendo os pés no chão", ensinam eles.

A persistência, quase obstinação, é um ponto forte desses perfis que não desistem! Apesar de qualquer tipo de dificuldade, impedimento ou desafio. Tropeçam, caem, levantam e são felizes de fazer e realizar, sem preocupação com dinheiro. Ou seja, inventam pela satisfação pessoal e cidadã de compartilhar com outros os benefícios de suas descobertas.

A fé, a capacidade de acreditar, perseverar, ir atrás, "cavar a sorte", fazer acontecer contra tudo e contra todos é mais um ponto em comum. Para fazer é preciso vontade e fé. Ainda que só, ir em frente. Aliás, vontade, segundo um deles, está ligada à persistência. Vontade sem disciplina e persistência é inútil.

Um outro aspecto é a coragem. Coragem de acreditar em si mesmo. Remar contra os momentos difíceis e adversos que podem até gerar depressão... Defender uma idéia ou projeto que todos os outros denigrem ou subestimem não é bem aquilo que se atribui a viver tranqüilo.

É preciso paciência, não fraquejar ou desistir. Nunca. E o círculo da vida mostra que novamente deve-se acreditar... Algumas pessoas são vencedoras no espírito. Outras desistentes. Acomodam-se.

A seriedade, a correção, o critério levam a uma conduta pertinente às circunstâncias e o reconhecimento advém da postura geral. Esse conjunto de habilidades, qualidades, competências auxilia a vida profissional de maneira diferente dependendo de como cada um oportuniza desafios.

Essas reflexões são conseqüência de um debate com inventores brasileiros que receberam prêmios internacionais e que fazem da arte de pensar um exercício de criação contínua. Ser inventor como profissão não é usual, sobretudo em nosso país em que a dificuldade de reconhecimento por órgãos governamentais, de classe ou privados, parece ser tão desafiador.

Muitas lições são absorvidas em conversa com pessoas que realizam, criam e pensam à frente de seu tempo. Artistas fazedores. Pensadores práticos.

Observar a intuição, que é tão valorizada nas empresas nestes tempos, atuando em consonância com a lógica de forma a gerar desenvolvimento, não deixa de ser muito interessante.

Ser inventor é cultivar um estado de espírito aberto, visionário e sensível. Um olhar atento para o detalhe e o pensamento elástico. Fazer o melhor da primeira vez. Ser inventor pode ser uma prática de felicidade, por ser uma possibilidade de compartilhar conhecimento que se traduz em generosidade.

chris@onda.com.br

www.andradevieira.com.br

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