• Carregando...

Começou na segunda-feira a coleta de dados para o 10.º Censo Agropecuário e para a Contagem da População, trabalho do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No segundo caso, cidades com até 170 mil habitantes serão visitadas por recenseadores. Foram contratados 86 mil deles, que irão atuar até o dia 31 de julho. O instituto passará também por 5,7 milhões de propriedades rurais.

É a primeira pesquisa censitária totalmente informatizada do país, possibilitando que dados parciais possam ser conhecidos ainda neste ano. No lugar dos questionários de papel, são utilizados computadores de mão. A inovação vai permitir a transmissão de dados ainda durante a apuração.

Técnicos do instituto adiantam que, ao fazer um novo retrato do meio rural, o censo trará uma série de novos elementos para entender a conjuntura do país.

O último censo na área foi realizado em 1996. A expectativa agora é verificar, em algumas regiões, o retorno do homem ao campo na atividade agropecuária e, em outras, o envelhecimento do produtor, com a ida dos filhos para a cidade, conforme o gerente do censo.

Outra expectativa é perceber uma melhora no padrão de vida de pequenos agricultores, em decorrência do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), criado igualmente em 1996. Será a oportunidade de conferir o que mudou, como anda o Programa de Reforma Agrária, a ocupação das áreas de fronteira agrícola – Mato Grosso, Rondônia e Pará –, a combinação de práticas agroecológicas e de cultivo em regiões frágeis do ponto de vista socioambiental, além dos ganhos de produtividade. Teremos, portanto, um pano de fundo para a avaliação dos resultados de políticas macroeconômicas.

E há outro ponto, como lembrou o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, nessa interpretação da realidade do país de forma mais atualizada: a possibilidade de dar resposta a muitas das cobranças de prefeitos dos pequenos municípios, que não têm renda própria e dependem dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que é dividido com base na população. Até 170 mil habitantes, o valor é variável. Acima desse patamar, o coeficiente é fixo.

Os novos dados, reunidos com essas duas pesquisas, irão formar o Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos. Ele servirá de base para as futuras pesquisas do IBGE, que completa 70 anos de inestimáveis serviços ao país. Como ressalta o presidente do instituto, Eduardo Nunes, a contagem da população também alimenta as bases de informações de ministérios e secretarias estaduais e municipais da área social, para a formulação e implementação de políticas públicas. Fornece ainda subsídios para campanhas nacionais de vacinação, para a avaliação das matrículas escolares, bem como é útil ao planejamento da oferta de serviços para crianças, adolescentes, jovens, pessoas em idade ativa e idosos. Por fim, fornece subsídios para a construção da tábua completa de mortalidade, que o IBGE divulga a cada ano e que é utilizada no cálculo do fator previdenciário. E o próprio futuro que se desenha.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]