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A elevada inflação e o aumento acelerado do desemprego nos últimos dois anos levaram o governo e os analistas a prestar atenção especial no desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 e na tendência para 2016. O número de pessoas empregadas depende diretamente do tamanho do PIB e de seu crescimento ano a ano. Em 2014, o PIB não cresceu e, segundo a estatística oficial do IBGE, o PIB de 2015 fechou com queda de 3,8% – o pior resultado desde 1990. Essa situação é grave e fez o número de pessoas desocupadas dobrar em 12 meses, ficando em 9,1 milhões ao fim de 2015.

O Banco Central (BC) consulta regularmente os agentes econômicos sobre o nível de atividade e a inflação para o boletim Focus, no qual a previsão é de que o PIB em 2016 irá cair 3,5% em relação ao ano anterior, suficiente para levar o desemprego a ultrapassar a barreira dos 10 milhões de desocupados, número elevado para um país cuja população economicamente ativa (em idade e condições de trabalhar) não passa dos 110 milhões de pessoas. Diante de tais fenômenos, o primeiro passo é entender quais as causas dessa trajetória declinante, e o segundo é descobrir que políticas são eficazes para gerar crescimento sustentável no longo prazo, sem deteriorar as contas do governo.

O PT pede que a presidente Dilma amplie as políticas que ajudaram a jogar o país na atual situação

Entre as causas do fraco desempenho brasileiro nos últimos três anos e da tendência de queda em 2016, a primeira é que o Brasil não consegue ter políticas econômicas saudáveis capazes de sustentar o crescimento de forma contínua. Um exemplo é o comportamento dos gastos do governo. Em determinados momentos, o setor público abre as torneiras, gasta muito, cria uma demanda via consumo e investimentos estatais, e em seguida deteriora o balanço fiscal e explode o déficit público, com o que o governo deixa de ser um agente capaz de puxar a demanda para cima. O resultado é que as empresas fornecedoras do governo sentem a pancada e são obrigadas a reduzir a produção e fazer demissões.

Tal situação ocorreu no Brasil, como bem mostra o exemplo da Petrobras, que reduziu seus investimentos por ter ficado sem caixa em razão do represamento dos preços dos combustíveis e pela tragédia dos escândalos apurados na Operação Lava Jato. No setor de infraestrutura de transportes, portos e energia, o governo também pôs o pé no freio e forçou a redução da atividade nos fornecedores. Seguindo esse movimento, a indústria nacional como um todo reduziu a produção e fez demissões nos últimos três anos em escala elevada. Embora a desvalorização do real que levou o dólar a rondar os R$ 4,10 tenha dado ânimo às empresas produtoras de bens e serviços de exportação, a recuperação da produção e do emprego nessas empresas não foi suficiente para amenizar de forma significativa o desemprego geral. Diante dessa realidade, a queda do PIB à taxa de 3,5% em 2016 é grave, conforme prevê o boletim Focus. O passo essencial de um plano para impedir um caos ainda maior é descobrir quais medidas poderiam estancar o declínio do PIB sem criar mais déficits nas contas do governo.

A questão brasileira é que, se o déficit do governo aumentar, a dívida pública crescerá de forma perigosa e jogará o Brasil em nova recessão poucos anos à frente. O problema maior é que não há milagre capaz de se sustentar o crescimento econômico por períodos longos. Não há saída fácil e as propostas do PT são desastrosas, pois pedem que a presidente Dilma amplie as políticas que ajudaram a jogar o país na atual situação.

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