• Carregando...

O surto de dengue de altas proporções previsto para este ano no Paraná pode ter seus efeitos reduzidos caso haja um esforço conjunto da sociedade e do poder público no combate à doença. Trata-se de uma situação na qual, sem a colaboração dos cidadãos, quaisquer atos desenvolvidos pelo Estado e pelas administrações municipais terão seu impacto reduzido. Se a responsabilidade pelo combate ao mal couber somente às autoridades públicas, o alerta feito por climatologistas poderá deixar de ser uma previsão para atingir ares de profecia realizável.

Isso porque, para se combater o problema, a principal estratégia existente hoje é evitar a reprodução do transmissor da dengue, o mosquito aedes aegypti. Para se reproduzir, o mosquito busca locais com água parada, onde deposita seus ovos. Parece por demais evidente que o caminho mais curto para a prevenção da doença seja controlar a população do mosquito, eliminando lugares que possibilitem a sua reprodução.

Fácil? Nem tanto. A atuação do poder público para eliminar focos de mosquito da dengue é bastante limitada e de eficácia reduzida. Pois, pode-se até colocar agentes públicos fiscalizadores e educadores em bairros, batendo de casa em casa para verificar se há ambiente propício para a reprodução do aedes aegypti, orientando a população. Aliás, o trabalho de conscientização e educação das famílias é importantíssimo para a redução do surto. Contudo, esse esforço será em vão se não houver por parte da população a tomada de consciência de sua responsabilidade em evitar a proliferação do mosquito, mudando hábitos e se mobilizando numa genuína campanha preventiva.

O combate à dengue pela população não exige ações complexas ou dispendiosas. São poucos e simples os cuidados que precisa ter, bastando pequenas ações como tampar caixas d’água, colocar lixo em sacos plástico, limpar calhas e evitar deixar água se acumule em vasos, ou recipientes usados. Essas tarefas, que não requerem grandes esforços ou custos, podem salvar vidas.

Mas, ao lado das ações preventivas que podem ser realizadas pela população, o poder público precisa prestar contribuição significativa no tratamento da enfermidade na rede pública de saúde. Aos governos estadual e municipais não basta atuar na tentativa de erradicar focos de mosquito da dengue. É preciso oferecer tratamento adequado àqueles que tenham adquirido a doença, pois há variações de dengue que matam.

Como em pequenos municípios do estado, ao exemplo de Jacarezinho, há reclamações de que faltam recursos para combater a dengue, a situação que está se definindo demonstra a necessidade de uma política de Estado para combater a doença e dar atendimento aos infectados. Pois, como registrou a Gazeta do Povo nesta semana, o número de casos neste início de ano é 40% maior que no mesmo período em 2010. Conforme divulgou a Gazeta, até o dia 18 deste mês, havia a confirmação de 1.383 casos, contra 973 no mesmo período no ano passado.

Neste momento, para evitar uma epidemia de dengue, é extremamente necessário essa parceria do poder público com os cidadãos. Somente num esforço em comum é que será possível evitar que a doença se alastre, ocasionando mortes e tristeza para as famílias do Paraná.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]