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Balançou, balançou e finalmente caiu o ministro Pedro Novais (PMDB), enredado numa série de denúncias de desmandos à custa do dinheiro público. Com ele, já são cinco os ministros defenestrados do cargo em oito meses e meio de governo da presidente Dilma Rousseff, que vem se notabilizando como recordista na troca de ministros em tão pouco tempo. Com um currículo (melhor seria chamar de folha corrida) recheado de irregularidades, Novais é o exemplo clássico do político inexpressivo que nunca deveria ter sido guindado a uma função de relevo. Algumas de suas estripulias conhecidas: uso de dinheiro público para pagar as despesas de uma festa num motel; pagamento pela Câmara de Deputados de uma empregada que trabalhava em sua casa; e uso de funcionário da mesma Câmara como motorista particular de sua mulher.

Com todos esses "predicados", a sua nomeação se deve unicamente aos seus padrinhos fortes, um vício crônico da política brasileira derivado do loteamento do governo entre os aliados a cada eleição que ocorre. Prática que acaba colocando os mandatários numa saia justa, obrigados muitas vezes a aceitar indicações sem qualquer credencial que justifique. Esse parece ser o problema vivido pela presidente Dilma Rousseff, em particular com relação ao principal aliado do governo, o PMDB, fiador de Pedro Novais (Turismo) e de Wagner Rossi (Agricultura), dois dos ministros que caíram em razão das falcatruas cometidas.

Diante de mais um imbróglio resultado de nomeação equivocada, um bom conselho à presidente Dilma partiu do deputado federal paranaense Reinhold Stephanes, também peemedebista. Segundo ele, os problemas recorrentes com ministros deveriam levar o governo a recusar algumas indicações oriundas de critérios puramente partidários, priorizando nomes com ficha limpa e competência para o exercício do cargo. Resta saber se existe disposição do Planalto de peitar dinossauros da política como o senador José Sarney, responsável por avalizar um sem-número de nomes no governo, inclusive o do agora exonerado Pedro Novais e de seu sucessor, o deputado Gastão Vieira (PMDB-MA).

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