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Diariamente uma tragédia se desenrola nas rodovias brasileiras, resultado do elevado índice de acidentes que coloca o país na nada agradável quinta posição do ranking mundial no número de mortes. Para se ter ideia da dimensão do problema, apenas no ano passado, com dados computados até o mês de agosto, ocorreram nas estradas federais 4.768 acidentes com mortes, 43.361 com feridos e 79.430 sem a ocorrência de lesões. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Polícia Rodoviária Federal, mostrando que no período acima citado, os acidentes rodoviários custaram ao Brasil a astronômica soma de R$ 9,565 bilhões.

Com um número crescente de veículos em circulação pelas ruas e rodovias, a situação ganha ares de verdadeira calamidade pública que precisa de uma saída o mais rápido possível. No Brasil, as mortes nas rodovias vêm crescendo em média 7% ao ano desde 2004, sendo que em 2010 foi atingida a impressionante marca de 40 mil vítimas fatais. Segundo o estudo "Morte no Trânsito: Tragédia Rodoviária", realizado pelo programa SOS Estradas do site www.estradas.com.br, diariamente ocorre uma média de 723 acidentes, com a morte de 35 pessoas e outras 417 feridas.

O que fazer para reverter esse quadro de extrema gravidade é a questão que se coloca. Por todos os ângulos que a realidade é examinada, a constatação é da existência de graves deficiências que contribuem para a caótica situação. Pistas em estado precário, veículos sem as condições mínimas de segurança para rodar, legislação punitiva ineficiente e fiscalização precária são alguns dos pontos que, segundo os especialistas, contribuem sobremaneira para a situação atual.

É importante frisar, porém, que a melhoria nas condições das rodovias brasileiras e a tomada de outras providências necessárias não implicarão necessariamente na redução dos acidentes, uma vez que 90% deles têm como causa direta as falhas humanas. Portanto a busca de soluções passa obrigatoriamente pelo adequado comportamento do motorista ao volante. Conscientizá-lo do papel que tem a cumprir na missão de colaborar para trazer os índices de acidentes em rodovias para patamares aceitáveis é o desafio que se apresenta. Para que isso ocorra, é preciso não só prosseguir com as campanhas educativas de trânsito, mas também aperfeiçoar a atual legislação, de forma a punir com mais rigor os infratores.

Apesar da gravidade do quadro, as dramáticas estatísticas que envolvem o trânsito não são uma exclusividade do Brasil. O problema hoje atinge dimensões globais, a ponto de a ONU proclamar oficialmente o período de 2011 a 2020 como a Década Mundial de Ação pela Segurança no Trânsito. Englobando rodovias e ruas, o objetivo principal da mobilização é o de estimular os esforços para reverter os crescentes índices fatais decorrentes dos acidentes de trânsito. Para justificar a proposta, a ONU apresenta números que falam por si só: milhões de mortos e feridos que se somam a um crescente contingente de incapacitados, principalmente na faixa etária dos 14 aos 44 anos de idade, o que compreende, lamentavelmente, parcela produtiva considerável da população do planeta.

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