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O preço de o Parolin ter ficado à margem da cidade é de alta monta. Apesar de a vila ser jovem – 68% da população tem até 30 anos –, de acordo com o estudo da Cohab-CT quase 70% dos moradores estão fora da escola. Entre os que estudaram, apenas 36% concluíram a primeira etapa do ensino fundamental. Os índices de escolaridade, ali, são mais baixos do que a raspa do tacho nacional. Os ganhos no final do mês refletem o descompasso intelectual. De acordo com estudo da Cohab, 92,5% das famílias vivem com até três salários mínimos. Apenas 25,7% dos moradores têm trabalho formal.

Por essas e outras, a vila precisa ser cuidada por muito mais tempo. Deveria ser "adotada" como laboratório multidisciplinar pelas universidades, ONGs, empresários e quetais, por conta da dívida social e moral com a região, mas também pelo fato de que ali se concentram todos os desafios urbanos contemporâneos, da moradia à escolaridade, da violência à organização comunitária. Embrenhar-se naqueles fundos é encontrar a chave do segredo.

Com uma vantagem: a população do Parolin não é flutuante. Diferentemente da maior parte dos bolsões de pobreza da capital e da região metropolitana, os moradores têm vínculo muito forte com a área: 48,5% nunca viveram em outros bairros e 61% têm mais de 20 anos de vila, o que a isenta de um dos fantasmas das regularizações fundiárias – a migração atrás de outras zonas de ocupação e a especulação imobiliária. Os parolinenses estão lá. E, com tanto tempo de vista panorâmica para Curitiba, têm muito a dizer.

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