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Lamentável sob todos os pontos de vista a informação contida em reportagem da Gazeta do Povo, na edição de ontem, dando conta que cerca de trinta dos 75 conselhos comunitários de segurança que deveriam funcionar em bairros de Curitiba e da região metropolitana estão inativos. Dois fatores são apontados como preponderantes para o problema: a falta de apoio público e o pouco envolvimento da sociedade na condução dos mesmos. Deixando de lado o primeiro deles, que não é novidade para ninguém, chama mesmo a atenção o segundo fator, representado pela ausência de maior participação popular para levá-los à frente.

Uma pena que isso esteja ocorrendo uma vez que esses conselhos, se bem geridos, podem vir a se constituir em um valioso mecanismo de mobilização social. Formado unicamente por voluntários – donas de casa, comerciantes, estudantes, profissionais liberais e líderes religiosos entre outros –, os Consegs têm o condão de colocar em discussão um sem-número de questões de interesse direto da vida local. Não só aquelas relativas à segurança coletiva, mas também as voltadas à educação, o meio ambiente, à saúde e à infra-estrutura urbana. Afinal, ninguém melhor do que os próprios moradores de um bairro ou de uma região da cidade para levantar problemas e dificuldades que enfrentam no seu dia a dia e ao mesmo tempo colaborar apontando soluções viáveis. O que falta muitas vezes é a clara percepção de que é possível mudar uma realidade, por mais difícil que ela possa parecer a princípio. Mas para que isso ocorra é sempre importante e mais fácil quando se conta com a efetiva participação coletiva. Se o estado é falho e omisso em cumprir com boa parte de suas obrigações, os cidadãos podem colaborar através de iniciativas cujo nascedouro é o próprio meio comunitário.

Participar é o exercício da cidadania capaz de conduzir a sociedade a novos patamares de organização e resultados. Ser cidadão é ter muito clara a consciência de ser merecedor de um elenco de direitos que lhe são assegurados, mas também pressupõe deveres a serem observados. Colaborar com instituições como os conselhos de segurança é uma das formas de exercer a cidadania, não só em benefício próprio, mas de toda a comunidade.

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