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Ao crescer pouco no primeiro trimestre, o Brasil não apenas se atrasou em relação ao conjunto mundial e da América Latina como está bloqueando as oportunidades para 1,7 milhão de jovens que chegarão ao mercado de trabalho. Por isso dirigentes políticos, líderes empresariais e representantes de trabalhadores se mostram preocupados com os dados sobre a desaceleração registrada em nosso desempenho recente, prolongando a situação ruim de 2005.

O novo ranking do Banco Mundial mostra o Brasil classificado em 13.º lugar entre as maiores economias nacionais – atrás do pelotão de vanguarda (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, China, França, Itália, Canadá) – mais Espanha, México, Índia e Coréia), em competição com a Rússia. Para comparação, a China passou a ocupar uma das cinco primeiras posições, deslocando o Canadá do "Grupo dos 8" mais desenvolvidos.

É que China e Índia, mais o Sudeste Asiático e, agora, países do Leste Europeu, estão sabendo aproveitar a conjuntura, conforme relatório publicado na reunião anual do FMI–Banco Mundial. Esses desafiantes avançam a partir da periferia do sistema explorando espaços abertos, enquanto países centrais tentam enfrentar a era da globalização com estratégia defensiva.

Assim, a França atravessa o dilema da modernização e a Itália deu um voto parcial pela mudança, incapaz de fazer frente aos desafios de contendores mais dinâmicos. A situação desses países maduros tende a se agravar: além do custo e suprimento de energia, eles enfrentarão o envelhecimento da população ativa; mudança etária que provocará desaceleração do crescimento, transferindo para países emergentes a condição de motores da economia global.

Enquanto isso o Brasil parece optar pela periferia – apesar de desfrutar de vantagens comparativas em recursos naturais, desenvolvimento em meios financeiros –, reconheceu o ex-diretor do Banco Mundial, Vinod Thomas. Vozes de advertência lembram que após ensaiar sem conseguir completar uma industrialização substitutiva de importações, o país se contenta com a exportação de produtos básicos. Um sintoma: a incapacidade para atacar deficiências estruturais em transporte, suprimento de energia e comunicação, ao contrário de países emergentes de forte potencial.

O esgotamento do papel do Estado levou o atual governo a abandonar modelos alternativos da gestão anterior: concessões pedagiadas, privatizações e parcerias público-privadas. Assim, ficaram para trás planos de escoar a produção agropecuária de Mato Grosso para o Pacífico, a ligação Curitiba–Santarém não saiu do papel e mesmo soluções que interessam ao eixo do Centro-Sul – o projetado "trem-bala" entre Rio e São Paulo – continuam em "fase de estudos".

No Paraná, o engenheiro Paulo Vivacqua apresentou projeto para estender linhas ferroviárias no rumo Oeste, seguindo até o Pacífico Sul via Paraguai e Chile, dentro do histórico de integração sul-americana em infra-estrutura. Mas tais planos "subiram para a prateleira", cabendo aguardar fase mais proativa para sua execução.

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