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Novamente em Davos, o presidente Lula afirmou na sessão plenária do Fórum Econômico Mundial sobre novas estratégias energéticas que o governo brasileiro está disposto a transferir para os países pobres a tecnologia de produção de biodiesel. E aproveitou, agora na condição de presidente reeleito, para instar, novamente, os países ricos a financiar projetos sobre biodiesel nos países em desenvolvimento, como forma de diminuir a desigualdade no mundo.

Um dos principais temas em discussão no fórum, que termina hoje, as mudanças climáticas provocadas principalmente pela emissão de gases poluentes parecem ter atingido um ponto que tornou irreversível a necessidade de atenção por parte das grandes potências Com isso, o biodiesel virou personagem importante no leque de alternativas para a humanidade,

Para o professor Mário Ferreira Presser, coordenador do Curso de Diplomacia Econômica da Universidade de Campinas (Unicamp), em entrevista à Agência Brasil, a proposta levada por Lula tem vários atrativos à medida que contempla africanos, europeus e o Brasil. E pode equacionar a questão do clima, da pobreza e da liberação do mercado de açúcar e álcool. Importante ainda, conforme a sua análise, é que a estratégia dos empresários brasileiros é mostrar que "não se tornarão os grandes produtores de etanol sozinhos, que muitos outros países em desenvolvimento podem se beneficiar dessa abertura de mercado".

Ressalta igualmente que há entusiasmo com isso, inclusive no Banco Mundial, "uma vez que ninguém sabe bem o que fazer com a África". Inseri-la como geradora de um produto com demanda certa "seria um tremendo avanço e seria um grande gol para o Brasil".

Na plenária Novas Estratégias para Erradicação da Fome, ao lado do fundador e presidente-executivo do fórum, Klaus Schwab, o presidente apelou também aos empresários do mundo para que convençam os seus governantes a retomar as negociações da Organização Mundial de Comércio (OMC) sobre a rodada de Doha.

A rodada de Doha é uma negociação entre países dentro da OMC para diminuir as barreiras comerciais. As discussões começaram naquela cidade do Catar, em 2001, com outras reuniões ministeriais em Cancun, no México, em 2003, e em Hong Kong, na China, em 2005. Acontece que as negociações estão travadas desde julho de 2006 por falta de consenso, principalmente na questão agrícola.

Como são muitos desafios e interesses em jogo, a solução não habita o fundo de uma cartola de mágico. Há que se negociar e negociar pelo tempo que for preciso.

O fórum é, também, um espaço para o Brasil se expor ao mundo, como observa o cientista político Ricardo Caldas, do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília. Ou seja, "uma oportunidade de mostrar como nosso país pensa, quais são nossos valores, ouvir opinião sobre nosso país , mostrar que o Brasil está inserido e entende as demandas internacionais, e tem proposta sobre elas".

Espera-se avanços em Davos, muito embora, como dizia o economista John Kenneth Galbraith, autor de A Era da Incerteza, o homem ache melhor ou mais seguro não refletir sobre suas realizações.

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