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A economia do Brasil está reativando o ritmo, após um fim de ano fraco causado por insucessos e desencontros, e as autoridades do Banco Central já projetam para o conjunto de 2006 um crescimento do PIB em 4% com inflação baixa, da ordem de 3,7%. É possível que tais indicadores não se concretizem em toda linha; afinal, os governantes sempre procuram expressar otimismo num ano eleitoral, mas a retomada é bem-vinda: ela significa mais emprego e renda para os brasileiros.

O último trimestre de 2005 foi severo devido a fatores econômicos como a seca agrícola, a crise da pecuária e a redução da produção industrial afetada pelo desalinhamento dos juros e do câmbio – além dos primeiros reflexos da instabilidade política sobre o ânimo dos agentes econômicos. Por isso soou positiva a informação de que a indústria paulista (o principal núcleo fabril do país) melhorou sua margem de ocupação em 1,6% no primeiro bimestre. A pesquisa periódica do IBGE confirma essa tendência, com leve melhoria no investimento produtivo; embora outro instituto público, o Ipea, insista na necessidade de uma taxa de inversão de 25% para assegurar a expansão do produto em 5% – nível mínimo desejado pela sociedade em geral.

Sem esse índice, há risco de as multinacionais direcionarem novos investimentos para outros países, onde o mercado interno se mostrar mais robusto e apetitoso – adverte o presidente da operação local da General Motors. É que no ano passado nosso PIB cresceu 2,3%, ante 4,3% do mundo em geral e 6,4% da média dos países emergentes. Mesmo assim, a soma de produção nacional, de 1,937 trilhão de reais (795 bilhões de dólares), coloca o Brasil na 11.ª posição mundial.

Quando se mede esse PIB em dólares o país ganha três posições no ranking global liderado pelos Estados Unidos e seguido por Japão, Alemanha e outras economias centrais. Passamos a Rússia, México e Índia, ficando atrás da Canadá, Espanha e Coréia. Trata-se de classificação algo arbitrária, por tomar em conta um real valorizado em relação ao dólar devido à distorção cambial; se usarmos medição mais correta, pela metodologia recomendada pela ONU – a "paridade de poder de compra" – a economia brasileira se situaria em sétimo ou oitavo lugar no mundo.

Mesmo assim, nosso Índice de Desenvolvimento Humano ainda ocupa um modesto 63.º lugar. O que fazer para substituir o regime de "vôo de galinha" – que resulta em números medíocres abaixo do nosso potencial – por um crescimento sustentável, em linha com a média mundial? A questão seguramente vai entrar para a agenda da campanha eleitoral, ensejando sugestões de toda ordem. Entre elas está a contribuição da economista Eliana Cardoso, por duas décadas professora em universidades americanas: cortar gastos públicos, mediante gestão racional para levar à redução dos impostos (hoje em 38% do PIB), o que permitiria liberar as energias presentes no povo brasileiro.

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