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A falta de liberdade é prejudicial para a elevação da produção, como provam os desastres econômicos de países submetidos a governos intervencionistas

O capitalismo não é perfeito, mas é o melhor formato que a humanidade encontrou para conciliar os dois principais objetivos sociais: a prosperidade material e a liberdade individual. É uma feliz coincidência que o melhor ambiente institucional para promover o crescimento da produção seja baseado nas três liberdades: a política, a econômica e a individual.

A história é farta em demonstrar que, quando há supressão de alguma ou de todas essas liberdades, a economia é prejudicada e instala-se a tensão social. Os países baseados em eliminação ou redução de alguma liberdade vivem em constante instabilidade política e baixo crescimento econômico, fazendo com que mais cedo ou mais tarde as rupturas se estabeleçam a fim de dar lugar à redução dos controles e intervenções sobre a vida dos indivíduos e das organizações sociais.

Se deixado em liberdade e com a certeza de que ninguém será constrangido em suas decisões de o que produzir, o quanto produzir e para quem produzir, o capitalismo é uma máquina eficiente de gerar riqueza. Daí deriva sua capacidade de elevar o Produto Interno Bruto (PIB) acima do crescimento da população, condição necessária para a elevação do padrão de bem-estar médio da população.

Como o sistema depende de racionalidade, eficiência e busca de lucros, é normal que apareçam ciclos econômicos – com fases de expansão e de contração da atividade – e desigualdade na distribuição de renda. Para dar face humana ao capitalismo, a humanidade inventou os tributos e construiu um sistema governamental encarregado de gerenciar o dinheiro arrecadado para prestar serviços públicos e combater a pobreza por meio de programas sociais.

Ao encerrar 2012, mais uma vez a realidade provou algumas conhecidas teorias sociais. A primeira é que a falta de liberdade é prejudicial para a elevação da produção, como provam os desastres econômicos de países submetidos a governos intervencionistas e anticapitalistas, como os casos da Argentina, da Venezuela, de Cuba e da Coreia do Norte. A segunda é que a liberdade é mais eficiente para o progresso material do que sua falta ou redução, como é o caso curioso do Brasil, onde o desempenho dos setores que funcionam longe do governo foi superior aos setores beneficiados com proteção governamental. Os segmentos empresariais que receberam redução de IPI e outros estímulos estatais tiveram desempenho pior do que aqueles submetidos às leis de mercado e sem protecionismo oficial.

A terceira e principal confirmação é o comportamento dos investimentos, que são maiores nos países onde a liberdade é maior, e menores nos países com menos liberdade e mais ativismo estatal. Novamente, o Brasil provou dessa realidade, com uma taxa de investimento em 2012 que ficará abaixo de 19% do PIB, quando o necessário para o país crescer de forma sustentada seria ao menos 25%.

O ano de 2012 reafirma a velha lição: a liberdade ainda é o melhor combustível para o crescimento econômico e, se o país tem problemas de crescimento e de desigualdade social, isso decorre mais da ineficiência da "máquina de distribuir" – o governo –, do que das eventuais deficiências do sistema privado. Para salvar o capitalismo e preservar sua capacidade de gerar riqueza é preciso salvar o governo de si mesmo. O problema básico do atraso brasileiro é estatal e não privado.

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