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Apenas a cidade de Londrina já apresentou, em menos de duas semanas deste novo ano, 101 notificações de casos de dengue. Na vizinha de Cambé, há suspeita de que uma mulher de 44 anos, que morreu no dia 31 de dezembro, tenha sido vitimada por dengue hemorrágica. Embora o número de casos de Londrina tenha sido considerado "normal" pelas autoridades sanitárias do departamento de Epidemiologia e Informações em Saúde da Secretaria de Saúde, por causa do verão, clima mais propício para o desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, este quadro deve ser visto com redobrada preocupação. Afinal, são quase dez casos diários notificados, que serão avaliados em exames que determinarão se existe ou não a doença.

Em relação a 2007, o número de casos confirmados de dengue em Londrina teve queda superior a 80%. No entanto, essa estatística poderá variar. O balanço da dengue referente ao ano passado ainda não foi fechado e há quase 600 casos sob investigação, o que pode fazer crescer os registros de confirmações da doença. Em 2008, foram 141 confirmações contra 827 no ano anterior. Ao todo, foram 130 casos autóctones (contraídos na própria cidade) e 15 vindos de fora. A redução do número de pessoas que contraíram dengue em 2007 fica ainda mais expressiva quando observadas as notificações. Em 2008, foram 4.005 contra 4.489 em 2007, acréscimo de apenas 10,78%. Assim como em 2007, nenhum óbito foi registrado no município, em 2008.

Não há dúvidas de que houve um esforço redobrado das autoridades sanitárias paranaenses para conter a disseminação desta doença, especialmente em Londrina. No entanto, não custa lembrar que a ajuda da população é o elemento essencial para combater o mosquito da dengue. O incrível é que, apesar das sucessivas campanhas e alertas das autoridades e dos meios de comunicação, muita gente continua se recusando a colaborar com as medidas práticas que realmente impedem a proliferação do Aedes aegypti. A Secretaria da Saúde já informou que, na rotina de trabalho preventivo na cidade, as equipes continuam as visitas de casa em casa. Nas áreas de maior risco, as ações serão planejadas depois do devido mapeamento indicado pelas notificações.

As fortes chuvas ocorridas recentemente no Paraná, que geraram novos depósitos da larva do mosquito, exigem que todo o trabalho preventivo seja realizado novamente. Após o período chuvoso de dezembro, as altas temperaturas de janeiro e fevereiro criam o clima mais propício para a proliferação da larva do mosquito. Mais um motivo de preocupação, nesta época: o período de transição administrativa. Com a mudança dos prefeitos, acontece também uma reformulação do quadro de funcionários, incluindo aqueles que atuam no combate à dengue. Isso exige contratações e ainda novos treinamentos daqueles que vão assumir.

É por essas razões que a guerra contra a dengue tem de ser deflagrada agora. É neste momento que autoridades e comunidade precisam agir com determinação para combater com eficiência os focos de larva a fim de evitar a expansão da doença. Só assim, com a colaboração intensiva de todos, é que poderemos derrotar o Aedes aegypti.

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