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Em que condições se encontram os 87 mil quilômetros de rodovias federais, privatizadas e estaduais? A resposta virá com a nova pesquisa iniciada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). Realizada pela 12.ª vez, estará centrada na pavimentação, sinalização horizontal – faixas nas pistas –, nas placas e geometria da via, que, entre outros itens, inclui os acostamentos. Quinze equipes formadas por um pesquisador e um motorista vão percorrer todas as estradas do país, fotografando as principais ocorrências e avaliando o estado geral das rodovias.

Como diz a coordenadora da pesquisa, Sandra Bezerra, o estudo é importante para transportadores, motoristas e para o governo. No ano passado, o levantamento constatou que 75% das rodovias brasileiras, a maior parte federais, apresentavam deficiências, o que motivou a realização de uma operação tapa-buracos.

Mas não será necessário aguardar um mês – tempo a ser gasto na realização da pesquisa – para determinadas constatações. O próprio ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, reconheceu que o país ficou na "contramão" ao não ter investido em ferrovias e hidrovias nos últimos anos. Tem razão quando diz que hidrovias e ferrovias são meios de transporte mais baratos, e que o investimento nessa área daria mais competitividade aos produtos brasileiros. Ocorre que, em razão desse desvio, a malha rodoviária ficou responsável por quase 70% do que se transporta no território nacional, tanto para consumo interno quanto para os chamados corredores de exportação.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê, até 2010, investimentos da ordem de R$ 33,437 bilhões em rodovias, mais R$ 7,863 bilhões em ferrovias e R$ 734 milhões em hidrovias. A maior fatia continuará sendo destinada a rodovias, até porque são mais de 60 mil quilômetros de estradas pavimentadas. De qualquer modo, os recursos do PAC e os investimentos que estão sendo feitos desde 2003 farão, segundo o governo, com que todas as estradas estejam em boas condições de tráfego em quatro anos.

Em virtude de questões ligadas principalmente à concessão de licenças ambientais e à desapropriação de terras, os portos e ferrovias continuam no "sinal vermelho", ou seja, com significativo atraso no cronograma de obras. Já os leilões para concessão de sete lotes de trechos de rodovias federais serão realizados no mês de outubro. Eles somam 2.600 quilômetros. A Fernão Dias (São Paulo–Belo Horizonte), a BR-101, no Rio, e a Régis Bittencourt (São Paulo–Curitiba) serão administradas pelo setor privado. Espera-se ainda que uma redução de preço nas tarifas dos pedágios, pela eliminação do valor de outorga nos leilões, que era usado como critério de desempate nas licitações. Ou por outra, a empresa que pagasse mais ao Tesouro Nacional venceria a licitação. Agora, a empresa que apresentar as menores tarifas vencerá o leilão. É aguardar para ver, e não apenas o resultado da pesquisa sobre o estado das rodovias.

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