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Com o sinal verde dado pela Câmara dos Deputados na segunda-feira e pelo Senado ontem, o governo norte-americano finalmente conseguiu aprovar o acordo que permite elevar o teto da dívida federal para US$ 15,2 trilhões. Em contrapartida, o governo se compromete a cortar US$ 917 bilhões nos seus gastos nos próximos dez anos. O consenso entre democratas e republicanos consegue evitar, num primeiro momento, o pior cenário não só para os Estados Unidos, mas para toda a economia mundial. Cenário que se desenhava como cinzento diante da possibilidade de suspensão pela Casa Branca do pagamento de seus compromissos financeiros já a partir de hoje. Calote que atingiria os investidores em títulos públicos e poderia se estender ao seguro-desemprego, aposentados, veteranos de guerra e empresas que trabalham para o governo.

Se num primeiro momento houve alívio interno e externo, rapidamente a euforia foi substituída pelo ceticismo diante das medidas consideradas como tímidas por um lado e vagas por outro. O calote foi evitado, o que é positivo, apesar disso, o plano aprovado não consegue pôr um freio no elevado déficit público do país nem parece ter a necessária consistência para resgatar a credibilidade dos EUA. Depois do resultado pouco animador do PIB norte-americano no primeiro semestre, que apresentou o tímido crescimento de 0,9%, a expectativa era de um início de reação nesta segunda metade do ano. Entretanto, o comportamento do setor manufatureiro, um dos mais importantes da economia norte-americana, que apresentou seu pior resultado em dois anos, acabou sendo uma ducha fria nas previsões otimistas para o segundo semestre. A consequência foi uma queda generalizada nas principais bolsas do mundo, refletindo a pouca confiança dos principais mercados internacionais numa reação dos Estados Unidos no médio e longo prazo.

Diante do mau momento por que passam os EUA e alguns países europeus, setores econômicos do governo brasileiro sinalizam estar o país preparado para eventuais turbulências. Na visão do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, as reservas em moeda estrangeira que chegaram a US$ 345 bilhões no mês de junho são a principal arma contra um possível recrudescimento da crise econômica mundial. Outro fator considerado por Tombini como favorável ao país é a grande capacidade do seu mercado interno, capaz de absorver parte do que eventualmente o país possa perder lá fora em divisas.

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