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Maior clássico do futebol paranaense, o Atletiba de hoje ganha cores de dramaticidade que poucos poderiam supor algumas rodadas atrás: de um lado o Atlético jogando pela vitória para, quem sabe, numa combinação de resultados, permanecer na Série A; de outro o Coritiba, que garante a tão sonhada vaga à Copa Libertadores caso vença o jogo. Pelo que reserva aos clubes o futuro ao apito final do juiz, sobra motivação para a partida, desde já reconhecida como uma das maiores na longa história de memoráveis disputas entre os dois tradicionais rivais.

Se existem motivos mais que suficientes para torcer in loco, pela televisão ou simplesmente ouvir pelo radinho, não dá para deixar de fazer menção aos potenciais riscos que cercam o jogo. Lamentavelmente, o futebol brasileiro, aí incluído o paranaense, vem perdendo a sua beleza para a violência que passou a imperar, principalmente quando a tabela opõe rivais de uma mesma cidade. Baderneiros infiltrados nas torcidas que fazem do futebol uma válvula de escape para a sanha de agredir os rivais e destruir tudo o que aparecer pela frente.

Os confrontos entre Coritiba e Atlético não fogem a essa regra, fruto da exacerbação da rivalidade dos limites da esportividade. O resultado são cenas lamentáveis de brigas campais entre torcedores, depredação de ônibus e de terminais, entre outros atos de vandalismo que ocorrem quando a dupla se enfrenta. Um desregramento que obrigou os organismos de segurança a montar verdadeiras operações de guerra com o fim de evitar os conflitos ao término dos jogos.

Para o clássico de hoje, na Arena da Baixada, o governo do estado e a prefeitura de Curitiba organizaram um superaparato com 1.400 policiais da PM, Polícia Civil e Guarda Municipal. A vigilância será complementada com o apoio de dois helicópteros sobrevoando a área do estádio e de câmeras com grande poder de alcance para flagrar maus torcedores. Até mesmo o juizado especial será instalado no estádio com o fim de julgar na hora os eventuais envolvidos em delitos relacionados ao clássico. Tolerância zero contra a baderna é o objetivo com a mobilização que visa a garantir um Atletiba de paz, antes, durante e depois da disputa.

Com as precauções extras, o estado faz a sua parte para que tudo transcorra dentro da normalidade. A outra, de capital importância, é de responsabilidade das torcidas de Atlético e Coritiba, que na derradeira etapa do Campeonato Brasileiro precisam dar um exemplo de civilidade e esportividade. Que a paixão dos torcedores pelo clube do coração incentive os jogadores à vitória; valem a torcida, os gritos, as lágrimas e até os xingamentos, mas nunca atitudes que ponham em risco a integridade de qualquer pessoa, torcedor ou não.

Ainda estão vivas na memória as cenas chocantes da batalha campal que teve lugar no Couto Pereira, no dia 6 de dezembro de 2009, ao término da partida que rebaixou o Coritiba para a segunda divisão do mais importante campeonato nacional. Uma página triste do esporte paranaense que não pode se repetir hoje na Arena, palco já confirmado de jogos da Copa do Mundo de 2014. O grande clássico Atletiba de hoje é a oportunidade de a torcida curitibana mostrar civilidade e de que a capital paranaense está plenamente capacitada a promover grandes eventos esportivos.

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