As afrontas à liberdade de imprensa parecem ter virado rotina na América Latina. Depois dos casos brasileiros e dos abusos de Hugo Chávez contra a mídia venezuelana, agora é na Argentina que a prática de intimidar jornais avança perigosamente. O jornal Clarín, um dos principais diários do país, foi surpreendido em sua sede, na quinta-feira, com uma inspeção levada a cabo por nada menos que 200 agentes da Receita Federal da Argentina. Não por coincidência, dias antes o jornal havia publicado uma reportagem denunciando uma operação irregular de US$ 2,5 milhões no órgão da Receita ligado à agropecuária. A querela é antiga. O Clarín tem denunciado sistematicamente o suspeito aumento do patrimônio dos Kirchner desde que alçaram-se no poder. Como é óbvio, o casal tem direito de manifestar-se sobre o caso e de provar que a suspeita é infundada. É uma pena que, justamente ocupando o posto mais alto do Executivo, abandonem o campo da argumentação e optem por ações que denotam abuso de autoridade e afronta à democracia.
-
Um guia sobre a censura e a perseguição contra a direita no Judiciário brasileiro
-
O “relatório da censura” e um momento crucial para a liberdade de expressão
-
Braço direito de Moraes no STF já defendeu pena de morte e é amigo de Val Marchiori
-
Três governadores e 50 parlamentares devem marcar presença no ato pró-Bolsonaro de domingo
Deixe sua opinião