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Dois relatórios publicados nos últimos dias chamam a atenção para a questão ambiental, ambos enfatizando os efeitos da pressão humana sobre os recursos da natureza, em danos climáticos e perdas econômicas. De fato, torna-se urgente a adoção de modelos sustentáveis, isto é, capazes de equilibrar o progresso com o respeito ao meio ambiente e o tema, que poderia passar ao largo, interessa aos brasileiros; nosso país também está envolvido na agressão ambiental e será afetado como todos os demais.

Na semana anterior, o movimento WWF, que apóia a manutenção dos refúgios de vida selvagem como forma de assegurar o equilíbrio ecológico, divulgou estudo mostrando que, no ritmo e forma de exploração atuais, a humanidade está retirando do planeta mais recursos do que a natureza consegue repor. A taxa de excesso é da ordem global de 25%, com desequilíbrios maiores para os países chamados industrializados que não se preocuparam em reduzir suas emissões poluentes, porém também afetando outras nações, tais o Brasil. Nosso déficit ambiental decorre de gases gerados pela movimentação de veículos nas cidades, dos processos agropecuários e, principalmente, das queimadas e desmatamento na Ama-zônia e outras regiões do país.

No início desta semana coube ao governo britânico patrocinar a divulgação de um ensaio do economista Nicholas Stern, ex-chefe de estudos do Banco Mundial, com dados sobre as perdas que o descontrole ambiental causará ao conjunto de nações. Segundo Stern, a instabilidade do clima vai se refletir em fenômenos cada vez mais desastrosos, causando perdas crescentes à economia global.

Perto dessa situação, as calamidades anteriores – desde a onda gigantesca que devastou países banhados pelo Oceano Índico, até os vendavais que afetaram o Sul brasileiro, passando pelo furacão Katrina nos Estados Unidos e secas na Austrália e África – serão o padrão de potencial destrutivo em bens e vidas humanas. De fato, catástrofes naturais têm se multiplicado nestes últimos anos, enquanto os cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU descobrem, alarmados, o derretimento das calotas polares e do gelo das altas montanhas, o acelerado aquecimento médio do planeta e outros desequilíbrios dramáticos.

Conjugados os trabalhos ora divulgados, destacam a urgência de ajuste na linha do desenvolvimento sustentável, para afastarmos os riscos a que todos estamos sujeitos. James Lovelock, um estudioso inglês, chega a recomendar intensificação do uso de energia nuclear para reduzir o efeito-estufa dos combustíveis fósseis, mas há outras formas como a já adotada entre nós (álcool e biodiesel), além da dotação de recursos hidrelétricos que exploramos insuficientemente.

Para conter a exaustão dos recursos terrestres, objeto de alerta do WWF, é hora de incentivarmos a reciclagem de resíduos do consumo, ao lado de outras iniciativas contidas na Agenda 21 para implementação do Protocolo de Quioto. Se usarmos positivamente o talento humano, poderemos conciliar o bem-estar com a bioesfera do planeta em que vivemos.

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