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Os eventos trepidantes que marcaram 2006 no Brasil autorizam-nos a afirmar que, de fato, o ano não acabou. Os acontecimentos que testemunhamos devem, na verdade, ser tidos e havidos como o começo de um novo tempo que esperamos se revele melhor.

Referimo-nos, de modo especial, dentre os grandes fatos do ano que findou, à eleição do presidente Luiz Inácio da Silva para um novo mandato. Reconduzido ao cargo por avassaladora preferência dos brasileiros, passou a pesar-lhe nos ombros responsabilidade ainda maior – isto é, a de aproveitar essa sua nova e última chance para dar cumprimento às promessas e às esperanças com as quais cativou a sociedade.

De fato, ele termina sua primeira gestão com resultados que ficaram muito aquém daqueles necessários para fazer dos brasileiros um povo mais feliz. Ao longo de quatro anos, o país amargou alguns de seus piores índices de crescimento, distanciando-se negativamente de outras nações historicamente marcadas pelos mesmos sinais de pobreza que nos caracterizam.

Não se trata de analisar o governo Lula sob uma visão meramente economicista, mas de constatar que, por não ter empreendido medidas de estímulo ao desenvolvimento, mantiveram-se baixos ou insuficientes os índices que medem o grau de bem-estar social da população, especialmente nos campos da renda familiar, da saúde, da educação, da moradia ou da segurança pública. O quadro só não se tornou mais grave porque os mais pobres contaram com a proteção dos programas sociais – sem dúvida, a maior obra de Lula, mas insustentável a longo prazo por não resolverem o principal, isto é, abrir oportunidades de superação dos problemas que prendem largas camadas da população ao limbo da miséria.

A compreensão desse fato parece ter, finalmente, chegado à mente do presidente da República. Ele vem demonstrando, a cada dia, disposição para empreender uma salutar guinada nas diretrizes gerais de sua administração, voltando-as a partir de agora para o esforço de remover entraves e de aparelhar o país com algumas das condições essenciais ao garantir o seu desenvolvimento. Seu objetivo seria de fazer o Brasil crescer à taxa de 5%, já a partir de 2007. Ambicioso demais e lamentavelmente inalcançável, o índice aventado serve, no entanto, como símbolo da convicção de que é necessário acelerar o desempenho econômico para melhorar o padrão social.

Essa disposição, demonstrada particularmente após a consagração que as urnas lhe deram em 29 de outubro, foi outro dos bons augúrios deixados por Lula no encerramento de 2006. Augúrios, todavia, não passarão disso se não se puser mãos à obra para torná-los realidade. Mas são uma fonte de esperança para que, enfim, 2007 se afigure realmente como o começo do novo tempo que embala a esperança de todos os brasileiros.

O ano não terminou, apenas recomeçou.

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