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Mais uma vez coube a um meio de comunicação – desta vez o programa Fantástico, da Rede Globo, de domingo último – revelar em detalhes um grande golpe que vinha sendo cometido contra os donos de veículos. Uma inventiva fraude envolvendo a adulteração eletrônica de bombas em postos de Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, que de forma remota permitia que menos combustível entrasse nos tanques dos carros. O crime contra a economia popular chama a atenção pela sua sofisticação tecnológica, surpreendendo até mesmo os técnicos dos órgãos encarregados da fiscalização.

Não bastasse a ameaça do combustível batizado com solvente e a cartelização de preços, a fraude eletrônica ora denunciada mostra de forma clara os riscos a que o consumidor, no caso os donos de automóveis, estão sujeitos e a precariedade da fiscalização. Segundo o presidente do Instituto de Pesos e Medidas, uma vez por ano os postos são vistoriados, podendo ocorrer em determinadas circunstâncias inspeções extraordinárias, o que, convenhamos, é pouco para inibir a ação dos fraudadores. O número insuficiente de fiscais em relação ao grande número de estabelecimentos que vendem combustível pode explicar a falta de fiscalização em espaços menores de tempo, mas não resolve a situação do consumidor, que ao abastecer seu carro não sabe se será lesado ou não. Para se ter uma ideia da gravidade do problema, pelo menos 40 postos de Curitiba, região metropolitana e Litoral estão sob suspeita de estarem envolvidos no golpe na adulteração eletrônica das bombas. No caso, um detalhe que também chama a atenção e precisa ser devidamente esclarecido é a afirmação feita pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná, Roberto Fregonese. Segundo o líder classista, o poder público já teria conhecimento da existência de suspeitas da fraude e até mesmo um dossiê foi entregue anteriormente à Agência Nacional do Petróleo e ao Ministério Público. Não é de hoje que o setor está exposto a fraudes que redundam em prejuízo tanto para o consumidor como para os cofres públicos com a evasão de tributos. Agir de forma mais enérgica se faz necessário para garantir credibilidade e qualidade ao comércio de combustíveis.

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