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Instituições como o Tribunal Penal Internacional e o Conselho de Direitos Humanos da ONU devem ser reforçadas para que as atrocidades não caiam no esquecimento

No mês passado a Europa viveu mais uma monstruosidade. O jovem francês de origem argelina Mohammed Merah matou a tiros três crianças e um professor em uma escola judaica na cidade de Toulouse, sul da França. O que parecia ser um ato isolado de violência, de um desequilibrado que agiu solitariamente, logo revelou sua face de terror, com raízes no extremismo islâmico da Al-Qaeda e do Taleban.

O acontecimento francês é uma demonstração clara do fortalecimento da intolerância em todas as regiões do planeta. Em um mundo globalizado, onde o acesso à informação e ao conhecimento atingiu níveis jamais registrados na história, era de se esperar formas pacíficas de enfrentar as diferenças. Mas, ao contrário da convivência harmoniosa, o que se vê é a explosão da violência.

Os conflitos étnicos, religosos, políticos e econômicos em muitos países têm levado a mais instabilidade e acirramento das tensões sociais. Um exemplo é a insistência de muitos países da Europa de proibir costumes religiosos de imigrantes muçulmanos e símbolos de outras religiões, com o crucifixo cristão.

Nos Estados Unidos, um dos países mais abertos do mundo, o fundamentalismo religioso insiste em permanecer em amplos setores da sociedade. O polêmico caso do pastor Terry Jones, que queimou publicamente uma cópia do Alcorão, o livro sagrado do islamismo, é uma prova irrefutável desse radicalismo. A reação muçulmana à repudiável atitude do pastor Jones foi pior ainda, com ataque a um dos prédios da ONU no Afeganistão e o assassinato de nove pessoas, duas decapitadas.

Na África, a violência baseada em diferenças étnicas está entre os principais motivos de instabilidade política e da miséria que assola um grande número de países. O fim do apartheid na África do Sul trouxe esperança de superação da discriminação racial e do convívio pacífico entre povos diferentes, mas algumas "guerras étnicas" na África logo após a queda da segregação sul-africana demonstram que ainda se está longe de um equilíbrio.

Voltando ao continente europeu, há violência fundamentada em movimentos nacionalistas e étnicos na Espanha, onde a organização conhecida pela sigla ETA (Pátria Basca e Liberdade) durante décadas promoveu atentados, na Irlanda, com ações armadas do Exército Republicano Irlandês (IRA), que luta contra o domínio britânico, e em muitos outros países, a exemplo das disputas na região montanhosa do Cáucaso, situada entre os mares Negro e Cáspio, palco de brigas entre mais de 50 etnias, cada qual com história e cultura próprias.

Desde os atentados do 11 de Setembro, nos Estados Unidos, o mundo ocidental vive sob a ameaça do extremismo islâmico. Organizações terroristas inspiradas no modelo da Al-Qaeda proliferam, levando horror e sofrimento aos quatro cantos do globo. Dados do Centro Nacional de Contra-Terrorismo dos EUA indicam que o extremismo islâmico é responsável por aproximadamente 25% de todos os ataques terroristas no mundo. São desvios de aviões, decapitações, raptos, assassinatos, ataques suicidas e outras violações.

O mundo contemporâneo precisa combater a intolerância. Instituições como o Tribunal Penal Internacional (TPI) e o Conselho de Direitos Humanos da ONU devem ser reforçadas para que as atrocidades e seus responsáveis não caiam no esquecimento e fiquem impunes.

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