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No dia 30 de outubro de 2007, com toda pompa que sempre dedica a seus eventos, a Fifa oficializava a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. O anúncio foi intensamente comemorado de Norte a Sul do nosso País pelo significado emblemático que representa ser a sede do maior evento futebolístico do planeta. Mais ainda para o Brasil, tido e havido como o país do futebol, copiando a já surrada expressão do jargão futebolístico. Agora, um comentário do presidente da Fifa, Joseph Blatter, na última segunda-feira, acabou provocando mal-estar nos meios envolvidos com a organização do torneio. O pecado do dirigente foi alertar que a três anos do Mundial os brasileiros estão em situação pior do que os sul-africanos, anfitriões do último torneio, no tocante ao cronograma de obras.

A reação à observação de Blatter não se fez tardar, por parte de Ricardo Teixeira, toda poderoso presidente da CBF, e do ministro do Esporte, Orlando Silva. Ambos refutaram a crítica jurando, de pés juntos, que tudo caminha conforme o figurino e que os estádios estarão concluídos a tempo. Euforia à parte pela realização da Copa por aqui, até como a oportunidade de sepultar de vez o revés de 50, quando a seleção foi derrotada pelo Uruguai, em pleno Maracanã, a fala de Blatter merece algumas considerações. Afinal, organizar uma Copa do Mundo é uma empreitada que extrapola em muito a promoção de um evento esportivo normal e não se resume apenas a estádios novos ajustados às normas da Fifa. Vai além, uma vez que mexe de forma profunda com a vida das cidades anfitriãs, obrigadas a garantir uma infraestrutura que demanda tempo para conclusão e, principalmente, muito dinheiro.

Para se ter uma ideia, basta ver os custos inicialmente previstos da Copa, em torno de US$ 10 bilhões. Isso, se o valor não acabar extrapolando, o que tantas vezes se viu ocorrer no Brasil, fruto das imprevisões orçamentárias ou da sempre presente possibilidade de desvios quando se fala em obras de vulto. Entre os empreendimentos previstos, um que precisa ser tocado com urgência é com relação à notória precariedade de estrutura dos aeroportos brasileiros. Para afastar o perigo de um apagão aéreo em plena disputa, a ampliação dos terminais se apresenta como prioritária, uma vez que a movimentação de passageiros apenas em função dos Jogos pode chegar a 3 milhões de pessoas. Acrescendo-se o número normal de usuários que se utiliza de aviões, a situação pode descambar para o caos. Curitiba, na condição de uma das cidades-sede, é um exemplo do problema que um aeroporto saturado representa. Não é de hoje que se discute a ampliação do terminal e a construção de uma nova pista capaz de permitir a aterrissagem de aviões de maior porte. No Afonso Pena, até mesmo o estacionamento para veículos se encontra com a capacidade esgotada, obrigando os motoristas a doses extras de paciência para conseguir uma vaga. A dúvida neste e em outros aeroportos brasileiros é se as necessárias adequações estarão prontas a tempo ou se mais uma vez irão se repetir as velhas explicações e desculpas pelo descumprimento de prazos.

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