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Para alegria de alguns, desespero e preocupação de outros, os bingos preparam seu retorno. O fechamento dessas casas, notadamente em Curitiba, foi marcado por uma longa série de manifestações, protesto e passeatas nos primeiros meses de 2003, principalmente em favor da manutenção de empregos. A proibição veio por força de dois decretos, de números 1.046 e 1.047, assinados pelo governador Roberto Requião, e que revogaram resoluções que permitiam o funcionamento dos bingos e das videoloterias. Na época, em todo o Paraná existiam 34 casas, 18 só na capital. A atividade empregava quase 5 mil pessoas, conforme levantamento de entidades representativas do setor.

Agora, em cenário diferente, mas nem por isso menos polêmico, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados deu sinal verde, na quarta-feira, ao projeto que abre caminho para a volta dos bingos e outras casas de jogos, exceto os cassinos. Embora aprovado com folga no placar, foram 40 votos contra 7, o texto foi formatado sobre e após muita polêmica. O texto determina que 17% da arrecadação sejam destinados à cultura, educação e saúde. Além disso, as casas deverão ficar a uma distância mínima de 500 metros de escolas e templos religiosos. Está prevista ainda a implantação de um cadastro nacional de jogadores.

Na bancada contrária à liberação, houve quem cedesse e apresentasse parecer defendendo melhorias no projeto. Foi sugerida, entre outras medidas, a que recomendava que uma mesma empresa explorasse até três casas de bingo. A falta de controle dos ganhos das empresas foi o motivo alegado. Afinal, o controle do montante de ganho dos bingos não está previsto na proposta, o que permitiria a lavagem de dinheiro. A nosso ver, o combate eficaz a essa prática passa pelo monitoramento de todo o sistema, com os estabelecimentos ficando obrigados a obter credenciamento na Receita Federal, tal como estabelecido no projeto. Paralelamente, serão criadas penalidades para quem joga fora das casas de bingo.

Em suma, a regulamentação é o melhor caminho para combater atividades criminosas. Nesse sentido, houve quem citasse a experiência norte-americana. Se, antes, quem controlava o jogo era a máfia, "hoje é uma atividade como qualquer outra", respaldada pela transparência e pela fiscalização.

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