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Sete de abril de 2011, uma data que dificilmente será esquecida pelos brasileiros, em particular pela população do Rio de Janeiro. Um dia que entra para a história dos casos policiais mais dramáticos já ocorridos no Brasil, em uma manhã de quinta-feira que começou igual a todas as demais na Escola Municipal Tasso da Silveira, zona Oeste carioca, e que acabou transformando-se num dia de cão nunca antes visto no País. Por razões ainda não bem esclarecidas, um jovem de 23 anos invadiu a escola armado com dois revólveres e começou a disparar a esmo contra alunos que estavam numa sala de aula.

Durante a tresloucada ação, o franco-atirador, que cometeu suicídio ao final, deixou um saldo de 11 crianças mortas e outras dezoito pessoas feridas. Um massacre capaz de sacudir a letargia dos moradores do Rio de Janeiro, acostumados a uma rotina de insegurança, tiroteios e mortes. A tragédia de ontem não tem precedentes no Brasil e apenas encontra semelhança em episódios ocorridos em outros países.

Pelos noticiários dos jornais e tevês, vez ou outra, os brasileiros tomavam conhecimento de atentados cometidos em instituições de ensino dos Estados Unidos, Alemanha, Rússia, Canadá e Japão, para citar alguns desses países. Chacinas perpetradas, na maioria das vezes, por jovens contra jovens. Realidade que impactava, mas de longe, a milhares de quilômetros de distância do local do fato, em meio a uma, quem sabe, sensação de alívio de que esse tipo de violência felizmente nunca ocorreu por aqui. Depois de ontem, o Brasil caiu na real e passou a fazer parte das dramáticas estatísticas mundiais que contabilizam massacres em recintos escolares.

O que leva uma pessoa armada a invadir uma escola e sem razão aparente disparar a torto e a direito, apenas com o objetivo de matar quem aparecer pela frente? Traços de desvio de personalidade, violência sofrida na infância, abandono familiar, gosto por assuntos paramilitares, fanatismo, baixa estima e tendência ao suicídio, podem ser encontrados no perfil dos franco-atiradores, segundo especialistas. É possível que Wellington Menezes de Oliveira, o matador da Escola Tasso da Silveira, se encaixe em um ou mais desses itens ou, quem sabe, em nenhum, sendo apenas mais um produto da violência que grassa nos grandes centros urbanos. Apenas o andamento das investigações é que poderá apontar para uma conclusão que seja plausível.

E daqui para frente, o que fazer para evitar que tragédias semelhantes voltem a ocorrer? Como impedir que alguém fortemente armado invada uma escola como fez Wellington, identificado como um ex-aluno, e tire vidas inocentes? A primeira evidência que salta aos olhos é de que esses estabelecimentos, de uma maneira geral no País, não dispõem de uma estrutura de vigilância pelo menos aceitável. A descoberta de armas em mãos de estudantes e a presença de traficantes rondando o ambiente escolar, apenas para citar duas situações, apontam para a necessidade de mais proteção nas escolas e em seu entorno. Que o caso brutal ocorrido ontem sirva de exemplo para uma mudança na maneira de se garantir essa segurança, não só no Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil.

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