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Já se vão trinta anos do início da epidemia de aids no mundo. Ao longo de todo esse tempo, a ciência conseguiu contabilizar avanços importantes que propiciaram um maior conhecimento dos mecanismos de contágio e o desenvolvimento de medicamentos mais eficientes de tratamento. Se ainda não é possível falar em cura, pelo menos os levantamentos mostram que os casos de mortes e de novos infectados apresentam declínio.

Apesar desses dados animadores a verdade é que, em se tratando de aids, a medicina ainda tem um longo caminho a percorrer até, quem sabe um dia, conseguir vencer a dura guerra contra a enfermidade. As pesquisas caminham incessantemente no sentido do desenvolvimento de uma vacina que seja eficiente contra o até agora mortal vírus HIV.

A propósito, no mês passado, a Organização das Nações Unidas divulgou relatório alertando que, apesar dos avanços positivos conquistados até agora, o combate à aids ainda se mostra insuficiente e frágil. Por causa disso, defendeu o organismo internacional a necessidade de um esforço ainda maior aliado a mudanças nas estratégias de enfrentamento do mal. O levantamento em questão irá embasar ampla discussão marcada para o mês de junho, na própria ONU, em Nova Iorque, quando a meta será buscar resultados mais auspiciosos contra a doença. Fazem parte das ações previstas a redução em 50% na transmissão do vírus HIV via ato sexual e de 50% nos índices de mortes por tuberculose entre aidéticos, além da garantia de assistência médica para um universo de doentes estimado hoje em 13 milhões de pessoas no mundo todo.

As estratégias para minorar o drama dos infectados pelo vírus são sem dúvidas importantes, mas apenas isso não basta. Devem ser encarados como tão ou mais importantes as ações de cunho preventivo, até mesmo pelos custos substancialmente menores em relação aos remédios e internações necessários aos pacientes soropositivos.

Nos esforços para conter o avanço da aids, o Brasil vem se destacando com iniciativas hoje reconhecidas mundialmente. Destaque para a distribuição gratuita de medicamentos e de preservativos e as campanhas de esclarecimento junto à população sobre os perigos da doença. Além da continuidade dessas ações, alguns pontos precisam ser melhorados, como o atraso hoje verificado no diagnóstico da doença. Contra isso, o caminho apontado por instituições médicas e ONGs é o da realização de mais campanhas de incentivo à realização do teste de HIV. Também a luta contra o preconceito e pela integração da pessoa soropositiva na sociedade é outro desafio a ser vencido.

Hoje no Brasil, o quadro de incidência aponta para uma estabilidade no registro de casos. São cerca de 600 mil desde 1980, quando a doença foi diagnosticada pela primeira vez, com uma média de 20 registros por 100 mil habitantes. A ocorrência ainda é maior entre os homens do que entre as mulheres, apesar de que essa diferença vem diminuindo ao longo dos últimos anos. Já a faixa etária com maior incidência, em ambos os sexos, é a de 20 a 59 anos de idade. Observando-se a epidemia por região em um período de 10 anos – 1999 a 2009 – a taxa de incidência no Sudeste caiu (de 24,9 para 20,4 casos por 100 mil habitantes); nas outras regiões, entretanto, houve crescimento: 22,6 para 32,4 no Sul; 11,6 para 18 no Centro-Oeste; 6,4 para 13,9 no Nordeste e 6,7 para 20,1 no Norte.

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