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Após meses de indefinição quanto ao seu futuro, o ex-deputado federal Gustavo Fruet anunciou nesta semana a decisão de se afastar do partido ao qual estava filiado, o PSDB, para, desse modo, sob o abrigo de outra legenda, lançar-se candidato a prefeito de Curitiba nas eleições marcadas para o ano que vem. Seu afastamento da sigla deveu-se, segundo carta que divulgou por ocasião de entrevista coletiva, ao fato de não ter obtido de seus dirigentes máximos nos estado garantias de que seria o escolhido para representá-lo no pleito de 2012.

A legislação eleitoral vigente obriga os interessados em concorrer a eleições a estarem inscritos em partidos com pelo menos um ano de antecedência. Portanto, o prazo de Fruet para filiar-se a uma nova legenda seria de pouco mais de dois meses e, assim, definir seu destino partidário. Nesse período, além da filiação obrigatória, terá de se ater à montagem de alianças para dar vigor à sua candidatura em contraposição à do virtual adversário – o atual prefeito Luciano Ducci, que contará com o apoio poderoso do governador Carlos Alberto Richa.

Configuradas essas premissas, tem-se que: a) o sólido grupo político liderado pelo governador do estado e, ao mesmo tempo, presidente estadual do PSDB, sofreu uma ruptura interna; b) o dissidente Gustavo Fruet terá de buscar aliança e apoio nas hostes alinhadas com a oposição ao governo tucano estadual; c) fazem parte desse grupo principalmente os partidos que formam a base do governo federal, com destaque para o PT, o PDT e o PMDB. Não há alternativa para Fruet senão a de se encaminhar para esse grupo.

Logo, configura-se também um quadro de confronto direto, polarizado, entre as duas maiores forças políticas do estado, com evidente repercussão no plano federal e com efeitos que se estenderão para o ano de 2014, quando se dará a eleição para o governo estadual. Nesse futuro pleito, tudo indica que o atual governador buscará a reeleição, mas terá de se confrontar com representante das mesmas forças que se aglutinarem, agora, em torno de Gustavo Fruet. Ou seja, o mais provável é que a eleição estadual de 2014 reproduza a polarização que se prevê para 2012. Melhor explicitando, considerado o cenário político atual, tal polarização se dará entre o atual governador e a senadora petista Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República.

Independentemente, porém, das ilações políticas que possam ser feitas em torno da próxima eleição municipal ou da ainda distante eleição estadual – o que mais deve interessar ao cidadão curitibano e paranaense são os desafios que deverão ser vencidos pelos futuros administradores, sejam quais forem ou de que lado estejam, no sentido de garantir maior desenvolvimento e justiça para todos.

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