• Carregando...

A Federação Internacional de Diabete estima que, até 2025, 380 milhões de pessoas ao redor do globo enfrentarão a doença que, não à toa, é uma das mais estudadas nos meios científicos. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 5,8% da população a partir dos 18 anos tem diabete do tipo 2, o que equivale a 7,6 milhões de pessoas. Ainda segundo esses dados, o diabete dos tipos 1 e 2, juntos, atingem 10 milhões de pessoas no país.

Diante desses números agressivos, para conter a ameaça, os profissionais de saúde buscam diariamente tratamentos que possam vir a curar ou amenizar os efeitos desta doença. O problema é que, ao serem divulgadas, as pesquisas criam expectativas muitas vezes infundadas. Aqui mesmo, no Brasil, vemos estudos diários sendo realizados. Um deles, da Universidade de São Paulo (USP), pesquisou a utilização de células-tronco no tratamento. Pesquisadores da Universidade Linkoping, na Suécia, desenvolveram uma vacina que reduz a agressão ao pâncreas e ajuda a diminuir o avanço da doença. Isso sem mencionar os medicamentos estudados diariamente e cujas pesquisas são anunciadas como um verdadeiro milagre da medicina. Esses são apenas pequenos exemplos.

É preciso ter cuidado ao ler essas informações, uma vez que até os pesquisadores reconhecem os desafios que precisam ser vencidos para que as técnicas consigam ultrapassar o caráter experimental. O problema é que, muitas vezes, esta informação é tratada timidamente e passa a dar a ideia de que a cura para o diabete se aproxima.

Mas, infelizmente, não é esta a nossa realidade. Realmente existem milhares de estudos sendo feitos todos os dias, em todos os cantos do mundo, em busca da cura. E este é, de fato, o desejo de todos os médicos e cientistas envolvidos; mas não podemos iludir os diabéticos de que a cura está chegando. Ela está, sim, sendo estudada. Por enquanto muitos (para não falar todos) estudos estão em fase embrionária, ou seja, estão ainda sendo testados e, infelizmente, em muitos casos, os novos medicamentos nem chegam ao mercado efetivamente. Por isso, os diabéticos devem continuar seguindo o tratamento corretamente, com orientações de um médico e cuidados gerais, como os relativos à alimentação, e não ficar buscando informações sobre curas que podem vir a demorar a chegar.

Claro que toda ajuda é bem-vinda e todos buscam maneiras para se verem livres desta doença, que afeta uma em cada quatro pessoas. Mas, enquanto todo esse arsenal não está ao dispor dos diabéticos, eles devem continuar a rotina diária de cuidados: ficar de olho na dosagem da glicose, tomar os medicamentos prescritos pelo médico responsável e zelar por um menu balanceado, além da prática de atividade física. Neste momento, apenas as recomendações do médico podem ajudar, efetivamente, a controlar a doença.

Edgard D’Avila Niclewicz, endocrinologista, é presidente do Centro de Diabetes Curitiba.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]