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É estarrecedor que um assassino confesso como o senhor Antônio Marcos Pimenta Neves tenha sido condenado e possa aguardar em liberdade o andamento de uma série de recursos. Duas perguntas se impõem: se o assassino, em vez de ser um profissional com boa posição socioeconômica e uma carreira de sucesso, fosse pobre, semianalfabeto e negro, será que teria os benefícios de um habeas-corpus? É sempre assim: rico se cometer um crime é porque estava fora de si, sofreu um descontrole momentâneo. Criminoso é quem mal sabe ler e escrever, anda mal vestido e mora em um casebre – este não tem justificativas, ninguém vai dizer que o coitado perdeu a cabeça; e a vítima? Será que uma mulher pode ser assassinada porque resolveu se afastar de um homem com quem teve um envolvimento? Se a moda pega, teremos uma profusão de cadáveres de vitimados por homens e/ou mulheres que foram preteridos por seus parceiros e não souberam assimilar o final de uma relação. Se todos os rejeitados saírem por aí dando tiros, haverá uma limpa na população...

Clotilde de Lourdes Branco Germiniani, professoraCuritiba, PR

Congresso

Mais um parlamentar absolvido. Mais uma pizza assada e servida na "pizzaria" da Câmara dos Deputados. O povo não agüenta mais tanta impunidade. O Congresso, que deveria ser motivo de orgulho nacional, transformou-se objeto de chacota de todos os brasileiros. Perderam a vergonha completamente. O que me deixa mais intrigado é que, em meio a tanta podridão, deve haver deputados honestos lá dentro. Mas o que eles estão fazendo? Por que eles não se manifestam? Se eu estivesse no lugar de um deles, colocaria a boca no trombone. Publicaria manifesto nos jornais; exigiria imediata mudança na lei acabando com o voto secreto; conclamaria o povo a protestar. Mas não. Silêncio total. Existe um ditado que diz que quem cala consente. O professor Oriovisto Guimarães, reitor da UnicenP, está com uma proposta maravilhosa, que é a diminuição do número de deputados, dos atuais 513 para 180. Com isso haveria uma economia anual de aproximadamente R$ 2 bilhões aos cofres públicos. Para tornar realidade esta proposta, seria necessária uma grande mobilização popular, encabeçada por entidades como a OAB, a Associação Brasileira de Imprensa e tantas outras. Espero que alguém lidere esta campanha.

Fernando MichelottoCaiobá, PR

Racismo

A reportagem "Alunos de Direito da UFPR acusam professor de racismo", edição de 24/4/06, trouxe à tona mais um problema relacionado com o belo e eficiente programa de cotas, que está sendo implantado nas universidades federais e estaduais em todo o país. Estava claro aos olhos dos mais iluminados que esse projeto não traria bons resultados, porque a raça afrobrasileira já se sente excluída. Ao invés do governo contribuir para diminuir esta exclusão, ele conseguiu a proeza de aumentar essa barreira social entre afrobrasileiros e brancos. Eu, branca, nunca senti preconceito, mas sei que existe, assim como existe preconceito contra o pobre, os homossexuais e outras minorias. O problema para o ingresso à universidade não está ligado à cor ou credo, mas sim com a base que o candidato tem. Precisamos de um ensino de base suficiente para que a pessoa carente possa ingressar em uma universidade, sem o auxílio de cotas. Lamentável é ver um professor com atitudes preconceituosas. Para justificar o projeto encontramos argumentos, mas para a postura desprezível, tomada pelo professor, não encontramos bases jurídicas para justificar sua postura.

Guilherme Augusto BeckerCuritiba, PR

Volta do populismo

É estarrecedor para as cabeças pensantes verificar os últimos acontecimentos que têm abalado a nação. Como se não bastasse o retumbante fracasso das CPIs, cujos resultados nos aviltam todos os dias, agora partimos para um retrocesso político jamais imaginado no percurso da nossa história. Os estudos acadêmicos apontavam para o governo Getúlio Vargas como uma era de governantes populistas, mas o que temos visto no momento? Seria uma mistura do nacionalismo com o populismo? O atual episódio do gás boliviano nos coloca diante de uma problema grave, não apenas econômico, mas até de soberania nacional: um presidente da República que não se posiciona à altura do seu cargo e passa um perfil tragicômico ao defender a soberania dos bolivianos na venda dos seus produtos, esquece a própria fragilidade do povo, a questão dos impostos altos, juros bancários e da dívida externa. É um faz-de-conta que irrita a nossa gente. Será que vamos ter de ensinar esses governantes a governar? Chávez foi recebido no Paraná como grande estadista. Cuidado, o populismo não pega mais. Temos algo que o governo não pode tirar: o livre pensamento de julgar e verificar os que devem permanecer na galeria da história ou dela serem defenestrados.

Carmen Lúcia Rigoni, professoraCuritiba, PR

Passagens

Pareceria oportuna a existência de (mais) exemplares de um livro chamado "Quem é John Galt?", de Ayn Rand, nas livrarias e bibliotecas do Brasil. É espantoso como os últimos acontecimentos se parecem com passagens do livro. E o resultado não parece que venha a ser diferente.

Alvaro AntunesCuritiba, PR

Greve dos auditores

É inacreditável que no atual momento pelo qual o Brasil passa, onde tem se falado muito sobre reforma política e diminuição dos gastos públicos, os auditores da Receita Federal façam greve para que o piso da categoria passe de R$ 7.000,00 para R$ 16.000,00. Grande parte da população brasileira não ganha 7 mil reais no ano e eles exigem que o governo lhes pague, no mínimo, mais de duas vezes esse valor. Será que eles não têm bom senso? As autoridades precisam fazer algo a respeito. Se eles não querem trabalhar por um salário de 7 mil reais, tenho certeza de que outras pessoas, muito mais qualificadas, querem.

Alex Furquim, empresárioCuritiba, PR

Prefeitura responde

Com referência à carta de Osvaldo Nascimento Jr, a Prefeitura de Curitiba lembra ao leitor que o prefeito Beto Richa participou ativamente das comemorações dos 313 anos de fundação da cidade, que transcorreram durante todo o mês de março. A começar pela realização em Curitiba das conferências ambientais da ONU, marcadas para coincidir com o aniversário da cidade.

Secretaria Municipal da Comunicação Social

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