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Não é novidade para ninguém que nesta época do ano os usuários das rodovias paranaenses precisam se adaptar ao reajuste das concessionárias de pedágio. Isso vem acontecendo há anos. E não adianta reclamar, infelizmente. Foi e vai continuar sendo assim até o fim dos contratos. Agora, a partir de dezembro, o valor que cada usuário desembolsa nas praças de pedágio do sistema paranaense de concessões de rodovias aumentou, em média, 4,7%.

O reajuste foi anunciado pelo governo estadual, que analisou a solicitação de aumento enviada pelas seis concessionárias responsáveis por administrar 2,5 mil quilômetros de rodovias no Paraná. O porcentual oscila em cada uma das 27 praças de pedágio. O menor reajuste é de 3,66% e o maior ficou em 6,06%, além das variações em função de arredondamento de valor, para facilitar o troco.

Mas este aumento é algo padrão, certo? Muitos cansaram até de cobrar do governo estadual a tão anunciada revisão dos contratos de pedágio. Pois bem: a recém-criada Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar) anunciou que vai contratar a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para avaliar todos os dados do sistema paranaense de pedágio. O processo de contratação está em fase final de acerto e o trabalho foi previamente orçado em R$ 1,4 milhão, além de dever ser feito em até oito meses.

Assim, a renegociação dos contratos de pedágio do Paraná, que já se arrasta há um ano e meio, deve se estender até meados de 2013. E nós vamos continuar usando nossos narizes vermelhos quando se trata deste assunto. Isso porque somos obrigados a conviver diariamente com estradas sem duplicação ou obras importantes sendo deixadas de lado enquanto pagamos valores exorbitantes para poder trafegar por elas.

Aliás, é bom lembrar que a renegociação dos contratos está sendo pressionada pelo esgotamento do prazo dado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para que medidas sejam tomadas, uma vez que um relatório do TCU apontou a desproporção entre a supressão de obras e as perdas de receita alegadas pelas concessionárias. Dessa forma, como os usuários estariam sendo lesados, o tribunal determinou que o governo promova, até fevereiro de 2013, mudanças que levem a tarifas menores ou a mais benefícios para quem usa as rodovias pedagiadas.

Enquanto isso, nós vamos pagando a conta do descaso, da demora, da falta de respeito para com o cidadão. E continuamos trafegando por essas mesmas estradas, pagando cada vez mais, todo ano. Infelizmente.

Gilberto Antonio Cantú é presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Paraná (Setcepar).

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