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Tenho 35 anos de Brasil e posso afirmar que, em nenhum momento desse tempo, jamais eu presenciei cenas de tamanho espetáculo como as promovidas pela Polícia Federal ao prender empresários acusados de sonegação de impostos. Tem até presidente de federação de indústria protestando contra a "arbitrariedade das medidas". Ora, nenhum delegado simplesmente levanta de manhã e diz que vai prender alguém. Somente juízes têm o poder de ordenar a prisão de alguém neste país, de forma legal, tanto é que habeas-corpus estão sendo negados. Será mesmo arbitrariedade? Eu diria Justiça! Justiça a esse povo que só via na TV gente pobre ser presa enquanto os criminosos de "colarinho branco" andam de carros importados. Enriquecer neste país não é crime, mas lesar o patrimônio público sim. Não vou generalizar, pois conheço empresários sérios, que atuam na legalidade e vão ao sacrifício por isso, mas não se arrependem, pois hoje não perdem nenhum minuto de sono com o que está ocorrendo. Parabéns ao Ministério da Justiça e ao Ministério Público Federal por oferecer ao público a esperança que em nosso país pessoas serão punidas pelos crimes que cometem sem distinção de cor e classe.

Rodnei Ricardo Oliveira, professorCuritiba, PR

Lembrando Orwell

Com as colocações dos expoentes do PT – dentro e fora do governo – de que o sistema de caixa 2 utilizado pelo seu ex-tesoureiro não deveria ser alvo de críticas tão fortes, já que apenas repete algo comum no meio político nacional, o Partido dos Trabalhadores parece querer se igualar aos personagens da genial obra de George Orwell, A Revolução dos Bichos, mostrando que todos os partidos são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros.

Robert M. Hipólito, engenheiroCuritiba, PR

Reforma no sistema

Que tal a sociedade convocar do povo intelectuais e pessoas de notório saber sobre vários assuntos para elaborar uma reforma no sistema político-partidário brasileiro, tipo de uma Constituinte? Assim, pessoas probas teriam a missão de estabelecer as regras que os partidos e a sociedade realmente necessitam, sem a interferência direta dos atuais políticos. Acredito que, enquanto perdurar a fórmula atual, os políticos não irão permitir qualquer das reformas necessárias para que as leis venham a dar mais transparência e segurança ao povo brasileiro nas escolhas dos seus representantes. Legislar em causa própria sempre foi a principal causa de nosso sistema político e de muitas das leis não terem colado nem avançado.

Reinaldo MachadoCuritiba, PR

Parlamentarismo

A vantagem da democracia é que com ela a incompetência tem prazo fixo para terminar. Mas a melhor de todas as democracia é a parlamentarista. Se estivéssemos num regime parlamentarista, todo o gabinete do presidente Lula já teria caído; sob a desconfiança do parlamento, ele também já teria renunciado e estaria convocando novas eleições gerais. Tudo isso numa boa e na maior normalidade, pois as regras do jogo são essas. De quebra, estaríamos livre das ratazanas que ainda infestam os gabinetes do Congresso Nacional e que não são fáceis de serem exterminadas pelo regime político atual.

Rubens Santos, empresárioCuritiba, PR

Autofagia

Considero absolutamente certa a interpretação de leitor sobre o comportamento dos curitibanos e paranaenses em geral. Gaúcho, agradecido por estar morando 36 anos em Curitiba, tenho verificado ao longo do tempo que o individualismo está presente em várias áreas, seja no social, cultural, econômico, esportivo e destacando-se fortemente no campo político. Nesse particular, a título de exemplo, sem falar no Nordeste brasileiro, lá no Rio Grande do Sul enquanto os políticos quase se matam no tapa defendendo suas posições e ideologias, fora do estado, Câmara ou Senado, eles morrem abraçados pelas causas locais, defendendo com unhas e dentes seus interesses pelo bem comum estadual. No Paraná, não só no futebol, mas também a classe política em geral continua se confrontando por questões partidárias e pessoais. Não sendo de interesse direto de partidos ou grupos, os projetos, pleitos, programas e obtenção de recursos – federais ou internacionais – deixam de obter o apoio, a defesa e o consenso para o bem-estar do estado. Por isso, muitas oportunidades e recursos já foram perdidos. Nossos políticos, com raras exceções, dificilmente compõem esforços para a defesa dos interesses locais, estaduais ou regionais. É uma pena. O estado poderia obter muito mais benefícios e recursos – federais ou internacionais, não custa repetir – se houvesse um interesse comum pelas causas paranaenses.

Peno Ari Juchem, economistaCuritiba, PR

Falta sinalização

Sobre a carta do leitor Luciano Silva Piecarz, a Urbs informa que colocou uma nova placa de sinalização no cruzamento das ruas Gustavo Rattman com Mercedes Seiler Rocha, no bairro Bacacheri. Também reforçou a pintura no pavimento, onde existem as legendas "pare". A Urbs esclarece que a recuperação da sinalização, tanto vertical como horizontal, é feita regularmente, conforme o calendário de serviços de manutenção, que atende todos os bairros da cidade.

Secretaria Municipal de Comunicação Social da Prefeitura de Curitiba

Questão de proximidade

Sou natural de Curitiba, mas morei por 10 anos em Maringá. O leitor Fábio Danilo Werlang, em coluna recente, mostrou sua indignação pelo fato de que os maringaenses têm maior vínculo a times paulistas do que aos times paranaenses. Não se trata de autofagia pelo Paraná, desprezo ou um "querer mal as coisas do nosso estado". É apenas uma questão cultural de influências. Maringá infelizmente, apesar de ter um belo estádio, não tem uma tradição forte no futebol regional, tendo assim uma carência de clubes regionais para torcer. Fato é que Maringá, estando mais próxima do estado de São Paulo do que da capital paranaense, e por ter um grande número de paulistas morando na cidade, tem um maior apego por times paulistas. Os maringaenses, com certeza, se orgulham de seu estado, e gostam muito de ser paranaenses.

Rodrigo PrzybylskiCuritiba, PR

Rua da Cidadania

Por definição, "Rua da Cidadania" é o local municipal, e público, onde o cidadão morador e contribuinte se dirige para solicitar serviços ou atendimentos à prefeitura que estejam a desejar. Certo? Certo na teoria. Errado na prática. Há mais de três meses solicitei na Rua da Cidadania, no Bairro Boa Vista, os serviços de Tapa Buracos na Rua Engenheiro Ernesto Guaita, no Tingüi, e até agora nada. A razão da solicitação deveu-se a quantidade de buracos que estão aos poucos deteriorando o antipó, pago por nós moradores desta rua. Na ocasião, fui muito bem atendido e a solicitação está protocolada sob o número 1022831. A equipe de fiscalização não poderia ter visto que a minha rua ainda não tinha sido asfaltada e solicitar o término dos serviços? Por que a demora em verificar o óbvio: "buracos"? A verdade é que existem bairros que são mais privilegiados que outros.

José Francisco Warth, professor da UFPRCuritiba, PR

Cuidado, escola!

Precisamos rediscutir nossa prática pedagógica nas escolas estaduais públicas. Agora a Polícia Militar invade esse espaço educativo, para desempenhar mais uma função: a revista de alunos e a apreensão de materiais ditos não pedagógicos (estiletes e outros). As formas de controle, punição e até mesmo a manutenção da ordem, têm demonstrado a inconsistência pedagógica. Temos que criar espaços para a comunidade apontar expectativas com relação à escola pública, entendendo que ela está inserida num contexto social que enfrenta a complexidade de crises na sua atualidade. Dessa forma, poderemos viabilizar medidas preventivas respaldadas num projeto pedagógico, que sustente ações democráticas na busca de um processo de humanização.

Maria Cristina Elias Esper, pedagogaCuritiba, PR

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