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A conferência mundial sobre mudança climática, recentemente realizada no Canadá sob os auspícios da ONU, mostra que a humanidade desenvolveu maior consciência ambiental: 149 países assinaram um pacto adicional ao Protocolo de Quioto dispondo-se a manter o controle sobre emissão de gases poluentes a partir de 2012. A novidade foi a adesão das nações em desenvolvimento, como o Brasil, que haviam ficado liberados da obrigação de programarem a redução paulatina de seus gases nocivos, encargo atribuído aos industrializados, tidos como principais poluidores.

Outro aspecto favorável da conferência de Montreal foi a admissão pelos Estados Unidos de que passarão a acompanhar as discussões sobre mudança climática. Até aqui o governo George Bush vinha resistindo a um envolvimento mais firme com as metas de redução do efeito-estufa celebradas pelo Acordo de Quioto, sob alegação de que obrigações nessa linha afetariam negativamente sua economia. Contudo, uma pressão contínua da opinião internacional e a manifestação do ex-presidente Clinton durante a conferência - de que um controle cuidadoso da emissão de gases beneficia em vez de prejudicar a atividade industrial em seu país – levou o presidente Bush a moderar sua recusa anterior.

Para a nova abordagem americana contribuem outras situações, como a apresentação de um equipamento desenvolvido por cientistas holandeses e finlandeses capaz de medir as fontes de poluição ao nível de cidades e regiões. Aproveitando os estudos de geoprocessamento – em que cidades e ruas são mapeadas via satélite – o dispositivo calcula o nível de dióxido de nitrogênio gerado por escapamentos de veículos, indústrias e usinas elétricas a carvão, formadores do gás ozônio letal ao nível do solo. Essa técnica permite o controle mais cuidadoso e periódico do problema, além de determinar responsabilidades que impedem uma atitude displicente de empresas e governos.

No caso do Brasil, ao tempo em se dispôs a aceitar reduções voluntárias na emissão de gases do efeito-estufa, o país também solicitou incentivos previstos no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo para manter suas reservas florestais em pé. Esse processo garantiria alternativas adicionais para assegurar a integridade de maciços tropicais como a Floresta Amazônica, cuja conservação tem representado um ônus significativo para a sociedade brasileira.

Por fim, ao projetarem para o futuro, além de 2012, as regras do Protocolo firmado na antiga capital japonesa, as Nações Unidas asseguram não apenas a observância firme dos acordos de Quioto como ampliam o compromisso dos povos para reduzirem as respectivas emissões de gases poluentes. Até lá as nações terão sete anos para encontrar formas mais equilibradas de lidar com o assunto, desenvolvendo energias limpas, racionalizando o uso dos recursos naturais e buscando bloquear a continuidade do aquecimento global que já põe em risco o meio-ambiente em que vivemos.

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