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A atividade física sempre foi defendida como benéfica para manter-se saudável e retardar o aparecimento de doenças. Uma recente pesquisa americana, realizada em 122 países, foi muito além dessa verdade incontestável, trazendo um forte alerta: a inatividade física mata e é mais letal que o tabagismo. De acordo com o estudo, o tabaco levou a óbito 5,1 milhões de vítimas no mundo em 2008. Já o sedentarismo respondeu por 5,3 milhões de mortes. A inatividade seria responsável por 6% das doenças coronarianas, 7% das diabetes tipo 2, e 10% dos cânceres de mama e de pulmão. Os números levaram os cientistas a considerar o sedentarismo uma pandemia.

O Ministério da Saúde tem buscado investir não somente no tratamento de doenças, mas no cuidado de toda a saúde do brasileiro, da prevenção à cura. O Programa Academia da Saúde, lançado em 2011, incentiva a prática da atividade física e prevê a implantação de 4 mil polos até 2014. No Paraná, 159 municípios serão contemplados com o programa. A previsão é construir 187 unidades no estado. Todas vão funcionar articuladas com as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e terão infraestrutura, com equipamentos e profissionais para a promoção de hábitos de vida mais saudáveis, desenvolvendo atividades de educação nutricional, práticas corporais e atividades físicas. Há ainda quatro polos similares que foram incorporados pelo programa e passaram a receber recurso federal para custeio.

A iniciativa reforça nosso empenho em assegurar a melhoria da qualidade de vida da população, ao mesmo tempo em que evita mortes prematuras e reduz custos com medicamentos e internações. A disponibilidade de espaços públicos para exercícios eleva em até 30% a frequência de atividades físicas.

Pessoas que passaram a se exercitar em projetos semelhantes apresentam melhoras na saúde, a exemplo do que ocorre no Rio de Janeiro. Em três anos, nas academias cariocas, 83% dos frequentadores diminuíram a dosagem dos remédios; 41% reduziram a frequência diária da medicação; e 7% não precisam mais ser medicados. Outros fatores que aumentam o risco cardíaco também sofreram drásticas quedas: 88% dos praticantes diminuíram o peso corporal; 62% reduziram o IMC; e a circunferência abdominal está menor em 84% deles.

O estudo americano também indicou que 80% dos adolescentes são sedentários. Para promover hábitos saudáveis em crianças e jovens, os ministérios da Saúde e da Educação trabalham em parceria para fortalecer o Programa Saúde na Escola, que leva médicos e profissionais das UBSs à rede pública de ensino. No Paraná, 195 mil estudantes de 726 escolas em 82 municípios devem ser atendidos até o fim do ano.

A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico de 2011 revela aumento do porcentual de pessoas acima do peso nos últimos seis anos em Curitiba, passando de 43,6% em 2006 para 50% em 2011. O porcentual de obesos da capital paranaense passou de 12,3% para 16,2%. O estudo também mostra que 11,2% da população da cidade não pratica atividade física.

Para sair da estatística de sedentarismo, não é preciso praticar esporte. Exemplos da vida cotidiana – como estacionar o carro um pouco distante do local a que se destina e finalizar o trajeto a pé, subir pequenos lances de escada ou mesmo brincar com os filhos ou passear com o cachorro – ajudam a combater a inatividade. As Academias da Saúde são mais um incentivo para que todos abracem essa ideia.

Alexandre Padilha, médico, é ministro da Saúde.

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