Segue em investigação o acidente ocorrido no último domingo (02.08), no km 76 da BR-277, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, com mais de 20 veículos envolvidos e 30 vítimas, incluindo oito óbitos. Para auxiliar os trabalhos, a Polícia Científica do Paraná faz análises de provas e exames complementares, para elaboração dos laudos periciais.
Ainda no dia do acidente, foi verificado o disco tacógrafo do caminhão, bem como todo o levantamento da dinâmica do evento pelo perito de local. Na sequência, na segunda-feira, os peritos médicos legistas realizaram as necropsias e as vítimas foram todas liberadas, já devidamente identificadas para os seus familiares.
“Soubemos que profissionais que estariam de folga e que ficaram impactados com o acidente, fizeram questão de colaborar com o trabalho da Polícia Científica. Além de demonstrar o respeito às famílias e vítimas, a força-tarefa demonstrou agilidade e competência de todos”, disse à Agência Estadual de Notícias o secretário da Segurança Pública, Marinho Soares.
O trabalho da Polícia Científica começou ainda no local do acidente. Enquanto os bombeiros militares, médicos e enfermeiros ficaram responsáveis pela remoção e o atendimento às vítimas, peritos da Polícia Científica faziam os procedimentos de medição do local, levantamento de dados e coleta de evidências.
“O trabalho da Polícia Científica é contar a história do acidente, ou seja, explicar as causas e entender o que aconteceu. Para isso, equipes do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico Legal são enviadas ao local, para fazerem a materialização do caso e, desta forma, poderem, por exemplo, reconstituir a cena do ocorrido o mais precisamente possível”,, explicou o diretor-geral da instituição, Luiz Rodrigo Grochocki.
Um dos profissionais que está trabalhando no caso é o perito criminal de acidente de trânsito e designer gráfico Fernando Imay. “O trabalho do perito de localística é fazer a coleta do maior número de informações possíveis acerca da ocorrência, para serem reproduzidas e analisadas, evitando ao máximo a perda de informações”, explicou.
Esta etapa do processo é a que determinará os passos seguintes na elucidação do caso. Para tanto, segundo ele, a área de isolamento do caso é de grande importância para que os profissionais da Polícia Científica possam trabalhar.
“A preservação da cena de um ocorrência que deixe vítimas fatais e que demanda um perito no local é uma das etapas mais importantes para que o trabalho de perícia seja efetivo. De nada adianta uma análise pericial extremamente bem feita em cima de elementos adulterados”, afirmou Imay.
Após a coleta, o material é encaminhado aos laboratórios da Polícia
Científica, onde passa por análises e exames complementares. “Todos os
materiais são processados, embalados e examinados. No caso do acidente,
trouxemos, por exemplo, o disco do tacógrafo do caminhão envolvido no fato. O
qual apontou uma velocidade média de 75 km/h”, explicou o perito.
Após tudo ser analisado, o perito elabora o laudo pericial. “A gente faz uma
reprodução do local, faz um diagrama técnico, no caso do acidente de trânsito e
vamos verificar todos os vestígios e causas e faremos cálculo da velocidade de
alguns veículos, por exemplo. Muitas vezes, é nesse momento que se forma a
conclusão da causa do fato”.
Outra etapa do processo é a reconstrução da ocorrência. No caso do acidente do km 76 da BR-277, de acordo com Imay, a ideia desta parte da perícia é entender o posicionamento dos veículos envolvidos antes do acidente. Será retratada a posição dos carros, onde estavam antes do embate com o caminhão. A análise, basicamente, é uma montagem de quebra-cabeça.
Para isso, são usados todos os recursos tecnológicos e manuais possíveis. “Usamos vários softwares, e o que mais for necessário. A gente busca tirar uma conclusão o mais completa possível, com o máximo de elementos que possam auxiliar a investigação policial judiciária. Tem que ser robusto, para responder qualquer dúvida técnica acerca do caso”, diz o perito.
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