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O guarda municipal Marcelo Arruda, foi assassinado por Jorge Guaranho em festa de aniversário que teve Lula como tema.
O guarda municipal Marcelo Arruda, foi assassinado por Jorge Guaranho em festa de aniversário que teve Lula como tema.| Foto: Reprodução/Redes Sociais

A assistência de acusação no julgamento do assassinato de Marcelo Arruda apresentou nesta terça-feira (2) um parecer técnico no qual garante que o crime praticado por Jorge Guaranho teve motivação política. De acordo com o documento, o ex-agente penal federal teria dito “petistas vão morrer” pouco antes de atirar contra o ex-tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu. O júri popular está marcado para começar nesta quinta-feira (4).

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O documento é avaliado pela assistência de acusação como fundamental para manter as qualificadoras do assassinato: motivo fútil “em função da violência política motivada pelo desrespeito às diferenças” e perigo comum “já que os disparos foram efetuados no local da festa e poderiam ter vitimado os convidados presentes”.

Segundo o parecer antecipado pelo advogado Daniel Godoy, assistente de acusação, ao chegar ao salão de festas onde Arruda comemorava seu aniversário com tema alusivo a Lula e ao PT, Guaranho teria gritado “aqui é Bolsonaro” e chamado o aniversariante de “petralha”. As supostas ameaças de morte aos petistas, aponta o laudo, teriam sido feitas quando o ex-agente penal federal retornou ao local.

Imagens das câmeras de segurança analisadas por peritos foram tratadas com inteligência artificial

Para chegar a essa conclusão, a perícia analisou as imagens das câmeras de segurança do salão e fizeram a leitura labial de Guaranho. “Os laudos realizados pelo Instituto de Criminalística e o laudo complementar, feito por perito contratado por nós, demonstram a robustez e, de forma bastante farta, a existência de provas com relação à motivação política do crime. O que se espera agora, no júri, é que isso venha à tona”, afirmou o advogado Daniel Godoy.

No parecer técnico, os peritos afirmam que não foram levados em conta fatos relatados nos depoimentos, mas apenas as imagens das câmeras de segurança. Os arquivos foram tratados com programas de computador para melhorar a nitidez das imagens por meio de inteligência artificial, sem que o conteúdo fosse editado ou alterado, garante o parecer.

“Diante do conteúdo exposto no parecer técnico, não cabe aos peritos afirmarem se a (s) intenção (ões) do Sr. Jorge Guaranho. era tirar a vida do Sr. Marcelo Arruda. Todavia, por meio da reconstrução dos elementos visuais, conforme disponibilizados neste parecer técnico, é possível apontar como um forte motivador para discussão que resultou no óbito do Sr. Marcelo Arruda, que se trata de divergência política”, destaca o assistente de acusação.

Parecer técnico analisou comportamento de Guaranho

O parecer, explicam os peritos, teve sua conclusão elaborada com base “na situação comunicativa, além do estudo da análise corporal e das microexpressões faciais, com o objetivo de sobrepujar a qualidade limitada da imagem e acrescentando informações para além das identificadas através da leitura labial”.

Por fim, o documento analisa o comportamento de Guaranho durante a discussão com Arruda e classifica a postura do ex-agente penal federal como intimidadora no retorno ao local do crime. “O principal espectro emocional em torno do momento gravita entre raiva e asco, nojo. [Há] postura comportamental proeminente para ataque, caracterizada pelas passadas largas, movimentos agitados e expressão facial de raiva. [A] pronúncia das palavras ‘petistas vão morrer’ denota ameaça”, detalha o parecer.

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