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Belonice Sotoriva morreu aos 52 anos
Belonice Sotoriva morreu aos 52 anos| Foto: Divulgação

Em diferentes esferas da vida, o desejo da contadora e empresária Belonice Fátima Sotoriva era fazer o bem às pessoas. Na atuação na sociedade, isso se manifestava pelo exercício da cidadania através do Observatório Social do Brasil (OSB), do qual foi presidente nacional e primeira presidente da sede de Erechim (RS). Já nas relações pessoais, a dedicação em ajudar familiares, amigos ou mesmo pessoas que ela nem conhecia era incondicional. Belonice foi vítima de complicações da Covid-19 e morreu aos 52 anos, no dia 20 de julho.

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Erechim, sua terra natal, era uma paixão desde sempre, e por isso queria que a gestão pública do município fosse a melhor possível. Enquanto as amigas brincavam que não viam a hora de se aposentar e ir morar na praia, Belonice batia o pé que permaneceria ali, dizendo “Eu gosto de Erechim, quero ver essa cidade crescer”. Por isso, ela incluiu na rotina recheada de compromissos como contadora e empresária o voluntariado no OSB, organização focada no controle social, dedicada ao exercício da cidadania, da ética e da transparência e que cobrava isso da administração pública.

Por ser formado em sua maioria por contadores e contadoras, a instituição observa com olhar capacitado as ações da gestão pública, independente de mandatos, e, caso haja suspeita de irregularidades, reporta aos órgãos responsáveis por tomar providências, como o Ministério Público ou a Câmara Municipal da cidade em questão. O lema do Observatório - Indignar-se é importante, mas atitude é fundamental - se encontra com o pensamento que Belonice sempre teve, e por isso ela levou à atuação como presidente a vontade de promover mudanças positivas ao seu município e a outros.

O Observatório nasceu no Paraná, em 2008, tendo o município de Maringá como modelo. A atual sede nacional é em Curitiba. Dessa forma, Belonice levou da experiência anterior nesses locais o ideário do OBS para o interior do Rio Grande do Sul. Foi ela uma das idealizadoras da existência de seções municipais, porém também com junções estaduais e nacional, de forma a organizar melhor o trabalho. Foi a primeira presidente do Observatório de Erechim e, depois, a primeira presidente mulher do OSB nacional. Trabalhava a mil por hora, unindo a essas funções o trabalho em uma empresa de contabilidade, que ela fundou e da qual era sócia, e a atuação como consultora do Sebrae e como professora de Contabilidade. “Ela não sossegava, era uma pessoa que tinha uma garra muito grande e muitos planos e projetos para concluir ainda”, lamenta a amiga e coordenadora do OSB de Erechim, Ana Lúcia Cordeiro.

O legado de Belonice permanece nos aprendizados das pessoas com quem conviveu. Ana, por exemplo, guarda o pensamento de que as pessoas não podem ficar esperando, tem que falar as coisas mesmo que seja no improviso, superando o medo. “Ela dizia que se a gente não pedir, nunca vai saber o que poderia ter acontecido. O máximo que podemos receber é um não”, lembra.

Nunca esquecia quem estava ao lado dela. Além da dedicação ao filho Heron e à afilhada Valentina, estava sempre a postos para ajudar qualquer pessoa que precisasse. Era capaz de sair de casa com a roupa que estivesse no corpo caso algum amigo ou conhecido precisasse de apoio. Nas horas vagas, andava de bicicleta, visitava a praia e se conectava com a natureza próxima à barragem em Erechim. Também amava reunir as amigas para almoços ou jantares animados.

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