Galpão alagado durante a enchente de 2010 em Tomazina, no Norte do Paraná
Galpão alagado durante a enchente de 2010 em Tomazina, no Norte do Paraná| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

O juiz federal substituto Gustavo Alves Cardoso, da 1ª Vara Federal de Jacarezinho, condenou o advogado Cláudio Tavares Tesseroli, ex-assessor jurídico do município de Tomazina, no Norte Pioneiro, a cumprir pena de nove anos de reclusão em regime fechado, pela prática dos crimes de corrupção passiva e dispensa indevida de licitação. Além dele, também foram condenados três empresários pela prática de corrupção ativa e por terem se beneficiado da dispensa licitatória ilegal. O caso é um desdobramento da denominada “Operação Ilusionista”, que investigou a execução de obras de recomposição após as enchentes que afetaram Tomazina em 2010.

No início de 2010, o município paranaense solicitou à Secretaria Nacional de Defesa Civil liberação de verbas para socorro de desastre (reconstrução e recuperação de unidades habitacionais, estradas rurais, vias urbanas e pontes afetadas pelas fortes chuvas). O governo federal liberou R$ 3.790.000,00 em favor do município por meio do Termo de Compromisso 196/2010.

Na época dos fatos, de acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Claudio Tesseroli prestava serviços de assessoria jurídica ao município e avalizou a contratação direta de três empresas da Região Metropolitana de Curitiba, por intermédio de parecer jurídico em que falsamente dizia estar presente os requisitos legais para dispensa de licitação. A denúncia do MPF apontou que, como contrapartida, Claudio Tesseroli recebeu das empresas contratadas aproximadamente R$ 227.000,00 que foram desviados do convênio com o governo federal diretamente para as contas de Tessoroli, de uma sobrinha e para uma empresa em nome de sua esposa.

Os condenados poderão recorrer em liberdade.