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Com avanço da estiagem, interior do PR também já vê risco de racionamento de água
| Foto: Lineu Filho / Tribuna do Paraná

A estiagem que assola o Paraná desde o fim de 2019, em especial em Curitiba e Região Metropolitana, vai ganhando força também no interior. Pelo menos duas cidades distantes da capital enfrentam racionamento de água desde 2020, enquanto em outros oito municípios das regiões Sudoeste, Oeste e Noroeste, incluindo Cascavel, o quadro é de alerta, aponta a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).

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Nas vizinhas Santo Antônio do Sudoeste e Pranchita, por exemplo, a Sanepar vem implantando rodízio no fornecimento por bairros desde maio de 2020. Ao contrário de Curitiba e região, onde o racionamento só foi interrompido para as festas de fim de ano em dezembro, em Santo Antônio do Sudoeste e Pranchita o corte no fornecimento é decretado conforme o volume dos mananciais que abastecem a região.

O problema é que os cortes estão cada vez mais constantes e prolongados. Desde maio, ambos os municípios estão novamente sob rodízio da Sanepar, com cortes de aproximadamente seis horas no abastecimento dos bairros dia sim, dia não. Em Curitiba e RMC a queda novamente dos reservatórios forçou a Sanepar a retornar há pouco menos de duas semanas ao sistema de 36 horas com água por 36 horas sem água nos bairros.

Já em Cascavel, Medianeira, Goioerê, Três Barras do Paraná, Santa Tereza do Oeste, Campo Bonito e Catanduvas o sistema da Sanepar está em alerta.

Rios baixos, poços secos e caminhão pipa

Em Cascavel, por exemplo, maior cidade da região Oeste com aproximadamente 340 mil habitantes, a Sanepar precisou no começo de agosto abrir o registro do Lago Municipal, tradicional área de recreação dos moradores, para fazer captação. Isso porque os quatro rios que abastecem a cidade - Cascavel, Peroba, Saltinho e São José - tiveram redução média de 40% no volume de água. Além disso, aponta a Sanepar, a estiagem não permitiu que os 16 poços artesianos que reforçam o abastecimento de Cascavel recuperassem os volumes médios de 2019.

Em Medianeira, também no Oeste, o volume de chuva no primeiro semestre de 2021 foi menos da metade da média histórica. Nos seis primeiros meses do ano, choveu apenas 57 milímetros, ou seja, apenas 44% da média histórica de 127 milímetros para o período.

Com tal quadro, caiu também a vazão do Rio Alegria e dos poços que abastecem a cidade de 46,5 mil habitantes. No início de julho, a Sanepar captava 136 litros de água por segundo do Rio Alegria. Atualmente, o volume está em torno de apenas 90 litros por segundo e caindo. Já os poços tiveram 20% de queda na vazão.

Goioerê, no Noroeste no estado, pode voltar a ter rodízio assim como em 2020 se não chover de forma consistente. Segundo a Sanepar, o nível de água nas fontes de captação está crítico na cidade de cerca de 29 mil habitantes. "Mesmo com as medidas emergenciais e operacionais adotadas pela Sanepar, o sistema corre risco de desabastecimento em Goioerê", aponta a companhia de abastecimento.

Justamente por causa da crise hídrica, a Sanepar abriu em 2020 um poço novo em Goioerê, no bairro Jacaratiá, que em pouco menos de um ano já está perto de secar, com apenas 30% da vazão original. Para piorar, todas as outras fontes de captação na cidade também estão operando com apenas 30% da capacidade.

“A Sanepar, além de operacionalizar novos poços, trocou equipamentos por outros de maior potência. Mas como a estiagem reduziu o volume de água disponível, não há possibilidade de ampliar a captação”, explica a gerente da Sanepar em Goioerê, Araceli Stela, no site da companhia.

A situação é tal que parte da população de Goioerê já está tendo de ser abastecida com água de caminhão pipa. No distrito de Bredápolis, onde a mina que abastece o local teve o volume reduzido em 40%, diariamente um caminhão pipa da Sanepar fornece 24 mil litros de água para garantir que os moradores possam fazer higiene pessoal e afazeres domésticos.

"Agora, mais do que nunca, é necessário o uso racional da água com prioridade para a alimentação e a higiene pessoal. As limpezas pesadas, lavagens de veículos, calçadas, fachadas e a irrigação de hortas e jardins são atividades que devem ser adiadas até que a situação volte à normalidade", enfatiza a Sanepar, que desde o ano passado mantém a campanha de redução de 20% no consumo individual de água de cada paranaense.

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